Criticada por segmentos da esquerda e por membros do seu próprio partido por ter votado a favor da proposta de reforma da Previdência na última semana, a deputada federal Tabata Amaral (PDT-SP) usou seu espaço quinzenal no jornal Folha de S. Paulo para reforçar sua convicção de ter ido contra a orientação do PDT e dizer que está sofrendo perseguição política. Além de Tabata, outros sete deputados da sigla disseram "sim" à reforma, além de 11 membros do PSB, também contrariando a ordem dos líderes. "A boa política não pode ser dogmática", escreveu.
"Não estamos falando de dois ou três parlamentares, mas de praticamente um terço das bancadas de duas relevantes siglas que ocupam posição mais ao centro no espectro da esquerda. A expressividade dessa dissidência acendeu ao menos a luz amarela nas estruturas?", questionou a deputada.
Tabata também criticou a inflexibilidade do que chamou de extrema esquerda, a qual, na sua opinião, está "enclausurada em suas amarras". "Quando algum membro decide tomar uma decisão que considere responsável e fiel ao que acredita ser importante para o país, há perseguição política. Ofensas, ataques à honra e outras tentativas de ferir a imagem tomam lugar do diálogo. Exatamente o que vivo agora", escreveu.
Sexta colocada no quadro geral de deputados eleitos em 2018, Tabata ganhou os holofotes por conta de sua trajetória de vida e planos para a educação, inclusive contestando duramente o então ministro da Educação Ricardo Vélez Rodriguez e seu sucessor, Abraham Weintraub.
Após ter se posicionado a favor da reforma da Previdência, a pedetista foi atacada pelos partidos de esquerda e por seus próprios correligionários. Na última quinta-feira (11), o ex-ministro e candidato à Presidência Ciro Gomes disse que Tabata e os outros dissidentes deveriam tomar a iniciativa de deixar o PDT.