'Fora da democracia liberal, não há futuro', diz Mourão

''Vamos lembrar que a democracia na Primeira Guerra Mundial venceu o imperialismo, venceu o nazifascismo, e venceu o pior flagelo que enfrentamos no século passado: o comunismo internacional. Fé na democracia liberal'', declarou o vice-presidente
Estadão Conteúdo
Publicado em 16/07/2019 às 17:36
''Vamos lembrar que a democracia na Primeira Guerra Mundial venceu o imperialismo, venceu o nazifascismo, e venceu o pior flagelo que enfrentamos no século passado: o comunismo internacional. Fé na democracia liberal'', declarou o vice-presidente Foto: Foto: Romério Cunha/ VPR


O vice-presidente Hamilton Mourão afirmou nesta terça-feira (16) que as "ameaças globais transnacionais" devem ser enfrentadas pela democracia liberal. "Não há saída fora da democracia liberal como sugerem alguns que desejam soluções rápidas", disse.

Entre as ameaças, Mourão citou o terrorismo, o crime organizado, as migrações, os conflitos armados, as doenças infecciosas, a espionagem, a possibilidade de um colapso do sistema financeiro e até a instabilidades de regimes.

"Todos querem soluções rápidas. Senhoras e senhores, fora da democracia liberal não há futuro. Vamos lembrar que a democracia na Primeira Guerra Mundial venceu o imperialismo, venceu o nazifascismo, e venceu o pior flagelo que enfrentamos no século passado: o comunismo internacional. Fé na democracia liberal. É por meio dela que vamos achar a solução que precisamos", afirmou a uma plateia de 400 empresários em um hotel em São Paulo.

Em sua fala, o vice-presidente voltou a dizer que existem no planeta mudanças climáticas em andamento, discurso que contraria alguns círculos próximos ao governo, como o do vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ). "O clima mudou. Não temos a mínima duvida disso aí. Não sabemos se essa mudança é uma mudança que veio para ficar ou se pode ser algo transitório. Mas não podemos deixar de reconhecer que houve essa mudança do clima".

Abertura comercial

Na palestra, Mourão defendeu a abertura comercial do Brasil. Ele usou palavras do ex-presidente do governo militar, Ernesto Geisel, para falar do assunto: "tem que ser lenta, gradual e segura".

"Não dá para dar um choque de abertura nas nossas empresas de hoje para amanhã com uma carga tributária desse tamanho, com uma infraestrutura deficiente, em que o nosso produto chega aos portos custando uma fortuna em comparação com os que vêm do lado de fora", afirmou. 

Mourão disse que o Brasil responde apenas por 1,2% do fluxo de comércio global e que o governo vai trabalhar para ampliar essa participação. "Temos que abrir sim. Não é nada para um País do nosso porte. Temos que escalar, aumentar importação, aumentar exportações, termos realmente um fluxo de comércio e nos inserirmos nas grandes cadeias de valor agregado", disse, ao destacar a importância de se ter uma corrente de comércio maior.

Política externa

Mourão afirmou, citando suas viagens recentes para China e Estados Unidos, que todos os países "estão de olho" no Brasil. "Aqueles que querem investir e ganhar dinheiro querem estar com a gente", disse.

O vice disse que as posições diplomáticas do Brasil devem buscar "flexibilidade e pragmatismo". "Não podemos ficar nem pendurados no A nem no B. Temos que buscar aquilo que é melhor para o Brasil, que haja benefício mútuo". 

O vice-presidente elogiou ainda o acordo Mercosul-União Europeia e destacou o papel da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, que "venceu grandes resistências" na negociação que levou cerca de 20 anos.

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