Para 75% dos cidadãos brasileiros, o interesse internacional na região da Amazônia é legítimo e a floresta está correndo riscos. A gestão do presidente Jair Bolsonaro (PSL) no combate ao desmatamento e queimadas é vista como ruim ou péssima por 51% dos entrevistados. Esses são alguns dos resultados de pesquisa do Datafolha realizada nos dias 29 e 30 de agosto. As informações são da Folha de S.Paulo.
O levantamento foi feito uma semana após o início da crise envolvendo focos de incêndio na região amazônica, que levou o Brasil a entrar em rota de colisão com países europeus, principalmente a França. Foram ouvidas 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 cidades do Brasil. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou menos.
O envolvimento de outros países na região, proposto pelo presidente da França, Emmanuel Macron, foi objeto de algumas das perguntas. Além dos 3/4 que acham o interesse legítimo, 22% discordam da afirmação. Também consideram que outros países usam a crise ambiental como desculpa para explorar a região 61% dos brasileiros ouvidos, contra 35% que discordam. Por outro lado, 66% dos entrevistados defendem que o País aceite o dinheiro estrangeiro para usar na região.
Para 40%, a Amazônia é responsabilidade do Brasil, como afirma a política oficial do governo federal. Já 35% acha que o País é soberano lá, mas deveria ouvir outras nações. Outros 22% dos entrevistados acham que uma gestão internacional, conforme sugeriu Macron, seria uma boa ideia.
O embate entre Macron e Bolsonaro sobre a região chegou ao conhecimento de 60% dos ouvidos. Já 40% não ouviu falar do caso. O presidente francês é visto como mais preparado para lidar com o problema (41% a 36%).
Aprovam o combate ao desmate e a incêndios do governo Bolsonaro 25%, enquanto 21% enxergam a gestão como regular, além dos 51% que a reprovam e 3% que dizem não saber avaliar.
Para maioria dos brasileiros ouvidos, crise das queimadas pode prejudicar investimentos no País
A agressividade empregada por Bolsonaro no trato da crise na Amazônia, notada especialmente em seu duelo verbal com Macron, pode ter o mesmo efeito de perda de investimentos para 69% dos brasileiros, 27% não creem na possibilidade.
O agronegócio é visto como preocupado com a questão por 48%, enquanto 46% discordam disso. Já 61% não acham que o setor precisa de mais espaço para se desenvolver, ante 35% que pensam o contrário.