O presidente Jair Bolsonaro revelou na noite desta segunda-feira que "reafirmará a soberania" do Brasil em seu discurso na Assembleia Geral da ONU, após a crise causada pelos incêndios na Amazônia, alvo de críticas da comunidade internacional.
"Já comecei a rascunhar o discurso, vai ser um discurso diferente dos que me antecederam (...). Reafirmar a questão da nossa soberania e do potencial que o Brasil tem, e o que o Brasil representa para o mundo", disse Bolsonaro em entrevista a RecordTV gravada em São Paulo, pouco depois de receber alta do hospital, onde passou por uma cirurgia para corrigir uma hérnia abdominal.
"Pelo que me consta, poucos ou quase nenhum presidente teve uma postura dessa natureza na ONU", destacou Bolsonaro, que informou estar muito bem de saúde após sua quarta operação desde que foi esfaqueado em um comício na cidade de Juiz de Fora, no dia 6 de setembro de 2018.
Em razão dos incêndios na Amazônia, Bolsonaro teve discussões ácidas com a chanceler alemã, Angela Merkel, e especialmente com o presidente francês, Emmauel Macron, que o criticaram pela política ambiental do atual governo.
Visivelmente tranquilo e com bom aspecto após a cirurgia, Bolsonaro também defendeu a indicação de seu filho e deputado federal, Eduardo Bolsonaro, como embaixador dos Estados Unidos.
"Há uma semana ele foi aos Estados Unidos junto com o Ernesto Araújo e foi recebido pelo presidente Donald Trump. Ninguém nunca conseguiu isso e um problema que nós tínhamos para resolver foi resolvido", destacou Bolsonaro sobre Flávio, cuja indicação precisará ser confirmada pelo Senado.
O presidente defendeu ainda sua aliança com Trump, que considerou chave para barrar as críticas contra seu governo durante a Cúpula do G7 no Japão pelos incêndios na Amazônia.
Donald Trump foi uma "pessoa decisiva" para conter o senhor Macron, que "estava fazendo uma campanha enorme contra o Brasil com base em fake news", afirmou Bolsonaro, admitindo que os incêndios infelizmente ocorrem, mas não na proporção divulgada pela imprensa.