O ex-governador da Paraíba (PSB) afirmou que foi surpreendido com a decisão judicial decretando sua prisão preventiva. O político também afirmou que a acusação de que ele faz parte de uma organização criminosa é "genérica". Coutinho também prometeu que contribuirá com a justiça e que provará sua inocência. Na manhã desta terça (17), o ex-governador foi alvo da Operação Calvário, da Polícia Federal (PF), que cumpriu 54 mandados de busca e apreensão e 17 de prisão preventiva. Além da Paraíba, as buscas ocorreram no Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Goiânia e Paraná.
Por meio de nota, a PF disse que os alvos da operação poderão responder pelos crimes de organização criminosa, fraude em licitação, corrupção passiva e ativa. A nota também fala que o ex-governador está em viagem fora do Brasil e, por isso, teve seu nome incluído na difusão vermelha da Interpol.
A Operação Calvário mira suspeitos de desviar recursos públicos destinados aos serviços de saúde da Paraíba, por meio de fraudes em licitações e em concursos públicos. Além disso, a ação da PF visa combater a corrupção e financiamento de campanhas de agentes políticos, além do superfaturamento em equipamentos, serviços e medicamentos.
O Partido Socialista Brasileiro (PSB), por meio de nota, afirmou que tem confiança na conduta de Ricardo Coutinho, ex-governador da Paraíba e alvo da Operação Calvário. O documento foi assinado pelo presidente nacional do partido, Carlos Siqueira.
Ainda na nota, o partido alega que apoia a apuração dos fatos e que espera que seja respeitado todo processo legal e o amplo direito de defesa.
Em nota emitida nesta terça-feira (17), o PT repudiou o que chamou de "espetacularização política e midiática em torno das investigações e da decisão judicial desta terça (17/12) envolvendo o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) e diversas pessoas ligadas aos seus dois mandatos." Veja a íntegra da nota, assinada inclusive pelo Senador pernambucano Humberto Costa.
O Partido dos Trabalhadores repudia a espetacularização política e midiática em torno das investigações e da decisão judicial desta terça (17/12) envolvendo o ex-governador da Paraíba Ricardo Coutinho (PSB) e diversas pessoas ligadas aos seus dois mandatos.
Uma investigação que deveria se revestir de sobriedade e objetividade foi mais transformada em prejulgamento na mídia, apesar da fragilidade técnica e jurídica da medida cautelar que decretou as prisões.
Causa espanto, por exemplo, a ordem de inclusão do nome de Coutinho na lista de alertas da Interpol, ato que não encontra qualquer justificativa na conduta do ex-governador.
É igualmente estranho o fato de a Rede Globo ter sido informada com antecedência e, em razão disto, ter transformado a operação policial em um espetáculo sensacionalista. Como tem sido praxe em casos que envolvem lideranças do campo popular, a acusação comanda a notícia sem que a defesa tenha direito equivalente.
O Estado de Direito precisa ser respeitado e o direito à ampla defesa não pode ser violado por práticas típicas do lawfare.
Brasília, 17 de dezembro de 2019.
Gleisi Hoffmann
Presidenta do Partido dos Trabalhadores
Paulo Pimenta
Líder do PT na Câmara
Humberto Costa
Líder do PT no Senado
Jackson Macedo
Presidente do PT da Paraiba