Opositor do governador Paulo Câmara (PSB), o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE) criticou a administração socialista em Pernambuco, em entrevista à Rádio Jornal nesta sexta-feira (20). "Esse pessoal do PSB é bom em desculpa", atacou. O emedebista saiu em defesa do governo Jair Bolsonaro (sem partido), do qual é líder no Senado.
"A culpa é de Bolsonaro, Temer, Dilma. Diz que Pernambuco é perseguido, é mentira", afirmou nesta sexta-feira (20), em entrevista à Rádio Jornal. "Está aí o dinheiro da Petrobras [R$ 440 milhões de um acordo entre o governo estadual e a empresa], não teve nenhuma interferência".
Hoje líder do governo Bolsonaro, o senador ocupou o mesmo posto na gestão de Michel Temer (MDB). Com Dilma Rousseff (PT), foi ministro da antiga pasta de Integração Nacional, quando ainda estava no PSB. Ex-secretário do governo Eduardo Campos (PSB) Fernando Bezerra Coelho foi eleito em 2014, na chapa de Paulo Câmara, mas foi para a oposição ainda no início do primeiro mandato.
Fernando Bezerra Coelho enfatizou que, na opinião dele, a gestão "não fez o dever de casa", está com as contas desequilibradas e, sem esses recursos, não pagaria o décimo terceiro salário dos servidores estaduais. "É por isso que acho que estamos no fim de um ciclo político".
O senador citou ainda as mudanças na Previdência do Estado, aprovadas essa semana na Assembleia Legislativa, para adequar o Estado à reforma nacional. "Criticou a reforma da Previdência e fez até de forma mais dolorida para o servidor do que foi no governo federal, se prendeu num discurso político e não tem planos para Pernambuco", afirmou. A alíquota passou de 13,5% para 14%, percentual determinado na legislação federal, e foi criado um fundo de capitalização, o Funaprev, para novos funcionários.
Fernando Bezerra Coelho questionou a execução do Arco Metropolitano, projeto viário para interligar a região de Goiana, na área norte da Região Metropolitana do Recife, ao Porto de Suape, na parte sul, e afirmou que o governo federal "pede pouco e não tem bons projetos". "Eu quero saber qual é o grande projeto de Pernambuco. Como vai dar conta do trânsito?", perguntou.
Ex-ministro da Integração Nacional, o senador citou dois projetos que passaram pelas suas mãos e não saíram do papel para criticar Paulo Câmara: os ramais do Agreste e de Entremontes, ambos para captar água da transposição do rio São Francisco.
"O Ramal do Agreste ficou parado, só foi retomado no governo Temer, que foi apedrejado, mas foi quem licitou. E Bolsonaro é quem mais vai gastar, vai em fevereiro visitar a obra, que precisa ter muita visibilidade", disse. No caso do Entremontes, afirmou que o Governo de Pernambuco precisa brigar por isso. "Na medida em que não se posiciona, fica comendo mosca".