O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se referiu ao ex-juiz e atual ministro da Justiça Sergio Moro como "criminoso", durante um discurso feito nesta segunda-feira (2), em Paris, na França. Na ocasião, Lula recebeu o título de cidadão honorário de Paris, concedido pela prefeita da capital francesa Anne Hidalgo.
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Recebido por gritos da plateia, o petista discursou em português, lembrou dos dias na cadeia, além de se referir a Moro como "criminoso".
O nome de Lula foi aprovado para receber o título em outubro do ano passado, quando ele ainda estava preso, pelo Conselho de Paris, que destacou que "os direitos civis e políticos do ex-presidente do Brasil foram desprezados".
Segundo a prefeitura de Paris, "a cidadania honorária é concedida em caráter excepcional a pessoas que se destacaram particularmente na defesa dos direitos humanos, a fim de afirmar o apoio de Paris nessas lutas e proteger os destinatários dessa distinção".
"Eu tomei a decisão de me entregar (em abril de 2018), eu poderia não ter sido preso, poderia ter ido para uma embaixada, mas mesmo com mais de 70 anos decidi ir até a Polícia Federal porque alguém tinha que provar que o juiz Moro era criminoso e que os representantes do Ministério Público que me acusaram eram mentirosos", disse o ex-presidente.
A cerimônia, realizada no início da tarde na prefeitura, contou com as presenças da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de Fernando Haddad (PT), candidato do PT à presidência nas eleições de 2018 e da noiva de Lula, Rosângela da Silva.
Lula disse ainda que o Brasil vive "o resultado de um processo de enfraquecimento do processo democrático" e um cenário de "desprezo mesquinho pelos direitos do povo".
Também nesta segunda-feira (2), Lula, Dilma e Haddad almoçaram com o ex-presidente francês François Hollande.
No último domingo (1º), os três petistas se reuniram com lideranças políticas francesas, entre eles o deputado francês Eric Coquerel e o líder do grupo França Insubmissa, Jean-Luc Mélenchon, que chegou a visitar Lula quando o ex-presidente estava preso na sede da Polícia Federal, em Curitiba.