Aliados "esquecem" Marco Maciel

Vinte e um de julho de 2010. Com a campanha política prestes a engrenar, integrantes do DEM e de partidos aliados promoveram uma grande festa para celebrar os 70 anos do ex-senador Marco Maciel, que tentava a reeleição para mais oito anos no Congresso. Ontem, 21 de julho de 2011, um ano exatamente após a celebração das sete décadas de existência macielista em uma casa de recepções do Recife, o aniversário do democrata foi esquecido publicamente no meio político.

Por seu prestígio e dimensão política, Marco Maciel, hoje morando em Brasília (DF), recebeu inúmeros telefonemas. "Foram muitas mensagens e é sempre bom receber esse carinh"”, falou, por telefone. Contudo, o que não houve foram manifestações públicas em favor do ex-senador. Assíduos no Twitter e no Facebook, o deputado federal Mendonça Filho e a vereadora Priscila Krause, ambos do DEM, não mencionaram o aniversariante nas redes sociais embora, um dia antes, tenham usada a internet para enviar mensagens do Dia do Amigo a seus seguidores.

O senador Jarbas Vasconcelos (PMDB), o deputado federal Raul Henry (PMDB), a ex-deputada estadual Terezinha Nunes (PSDB) e o ex-deputado federal Raul Jungmann (PPS), que foi companheiro de chapa de Maciel na disputa pelo Senado, compareceram à festa pelos 70 anos do ex-senador. Este ano, Jarbas está viajando e os demais, que também usam bastante as redes sociais para se comunicar com eleitores, não "compartilharam" o aniversário do democrata.

O "esquecimento" do aniversário de Maciel, no entanto, pode ter sido proposital, uma vez que o próprio ex-senador prefere a discrição e só permitiu a comemoração em grande estilo no ano passado devido ao significativo número de velas no bolo. "Ele não é muito de fazer festa. Em 2010, os amigos é que insistiram para que o aniversário não passasse em branco já que se tratava de uma data redonda", declarou André de Paula, que trocou o DEM pelo PSD.

Afilhado político de Maciel, André sabe como poucos o que se passa na cabeça do ex-senador. "Liguei para ele na quarta, um dia antes do aniversário, pois sei que Maciel é muito assediado devido a sua grandeza política e também porque ele não gosta das movimentações em torno da data. Estamos em partidos diferentes, mas o ex-senador segue sendo o general das minhas tropas", afirmou.