Sem mesmo ter sido referendado pelas convenções partidárias, o pré-candidato ao governo do Estado, Paulo Câmara (PSB), já apresentou o que deve ser a sua principal bandeira de campanha: a implementação do bilhete único temporal para ser usado nos diversos modais de transporte público da Região Metropolitana do Recife (RMR). A proposta, já para 2015 se eleito, é manter somente a tarifa A (R$2,15) e extinguir os anéis B (R$ 3,35) e D (R$ 2,75). Paulo enfrentaria, neste caso, a resistência dos empresários do transporte com a garantia do reembolso para cobrir o déficit.
Paulo confia que com o BRT em funcionamento e os 25 terminais integrados prontos (sete ainda em construção) até o final do ano, o governo do Estado tem fôlego para desembolsar cerca de R$ 8 milhões mensais para cobrir o buraco, prevê.
Segundo ele, os cálculos foram pensados para não haver aumento de passagem. “A conta já está sendo feita para manter o mais baixo (valor). Não é nossa intenção (aumentar)”, diz. Ele acredita valer a pena o alto aporte financeiro que o governo vai reservar para garantir a bilhetagem temporária, que dura por três horas: “Ainda está muito difícil para o usuário. É preciso motivar. Precisamos priorizar esse conforto, desafogar os terminais”.
Antes resistente, o Grande Recife Consórcio vê com bons olhos a proposta. O presidente Nelson Menezes contou que a bilhetagem única seria um próximo passo. “Não foi pensado ainda porque precisa de aporte de recurso, dos corredores”. Ainda que sem projeto ou estudo para aferir a viabilidade, ele calcula um déficit de R$ 40 milhões ao ano, cerca de 4% do orçamento.