A mobilização nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), com protestos em todo o País, não ficou apenas no bloqueio de rodovias. Em Pernambuco, além de interditar trechos de estradas, o MST se organizou para ir até o Palácio do Campo das Princesas para uma audiência com o governador Paulo Câmara (PSB) e outros membros da administração estadual. Na ocasião, a comitiva dos sem terra apresentou uma pauta de reivindicações com 19 itens.
"Pernambuco é um dos estados com o maior número de conflitos. São 163 acampamentos que envolvem mais de 16 mil famílias. O objetivo é buscar alternativas para resolver os problemas das famílias que vivem em acampamentos e em segundo lugar promover o desenvolvimento dos assentamentos", destacou Jaime Amorim, um dos líderes do MST no Estado.
Em relação aos assentamentos, Jaime Amorim disse que espera mais proatividade por parte do Estado. "Queremos uma articulação entre o governo do estado e o Incra para que se busque todos os instrumentos e ferramentas possíveis de desapropriação. Sugerimos uma parceria com o Incra nacional para o governo do Estado comprar terras e depois colocar à disposição do Incra para fazer assentamentos. Propusemos também desapropriação por questão de dívidas de todas as usinas e fazenda que estão falidas. Tem tanto na Zona da Mata quanto no Sertão. Tem também a questão do crédito fundiário para comprar as pequenas propriedades, desapropriando áreas que o Incra não pode desapropriar. ", declarou o representante do MST.
Nilton Mota garantiu que o governo estadual está empenhado em resolver os problemas do MST. "O governador determinou que a gente fizesse um calendário de ações com várias secretarias para a gente sistematizar essa pauta. São 19 itens e a gente vai fazer essa diálogo e um planejamento. Queremos dar uma condição melhor a esse movimento. Na próxima semana vamos sentar e estabelecer um calendário de execução", informou o secretário.
De acordo com Mota, a contribuição do governo estadual não ficará restrita apenas à pasta de Agricultura. "Temos pleitos de barragem, irrigação, relação fundiária, um conjunto de atividades como um todo que envolve grande parte das secretarias do governo do estados. Temos pautas de educação, com construção de escolas. Cada ponto específico, a gente vai tratar de dar os encaminhamentos", argumentou.
O secretário de Agricultura ainda destacou que a pauta de reivindicações não se refere apenas a ações que podem ser tocadas pelo governo do Estado. "Vamos procurar parceiros também, vamos envolver o governo federal, tem muitas pautas que não são só o governo do estado, necessitam ações integradas", pontuou.
ITENS DA PAUTA DE REIVINDICAÇÕES DO MST
1 - Acampamentos e conflitos
2 - Desapropriações
3 - Barragens
4 - Crédito Fundiário
5 - Irrigação
6 - Assistênca Técnica Complementar
7 - Agroindústrias
8 - Apoio à Piscicultura
9 - Aslfamento dos acessos aos assentamentos
10 - Construção de escolas de nível médio
11 - Ações para a juventude
12 - Habitação rural
13 - Saúde
14 - Convênio pendentes
15 - Política para a Zona da Mata
16 - Ações na divida entre Petrolândia e Tacaratu (ambas no Sertão)
17 - Mulheres
18 - Centro de Formação Paulo Freire
19 - Proinf