A proposta do prefeito Geraldo Julio para o Plano Municipal de Educação do Recife está enfrentando oposição na Câmara Municipal e, também, por parte das entidades que integraram a Conferência Municipal de Educação (Comude), no início do mês.
Hoje, dois dias depois da prefeitura ter encaminhado com atraso o projeto de lei à Câmara, o plenário da Casa aprovou uma dispensa regulamentar para que o plano possa ser votado antes do dia 24, a fim de cumprir o prazo estabelecido pelo governo federal.
Membros do Sindicato Municipal dos Professores da Rede Oficial do Recife (Simpere) e de outras entidades ligadas à Educação ocuparam as galerias do prédio, gritando palavras de ordem contra o prefeito e os vereadores de sua base. No plenário, André Régis (PSDB), atual presidente da Comissão de Educação da Câmara, bem como Isabella de Roldão (PDT), Antônio Luiz Neto (PTB) e Jurandir Liberal (PT) pediram, sem sucesso, o adiamento da votação do plano. “A prefeitura mandou a esta Casa um plano que não tem objetivos claros”, atacou Régis.
Após o encerramento da sessão, os manifestantes se reuniram com alguns vereadores de oposição para discutir a validade de apresentar emendas ao plano apresentado.
Os professores denunciaram que o documento enviado à Câmara é “uma fraude”. “Geraldo Julio tirou um projeto diferente da gaveta e apresentou à Câmara, jogando oito dias de discussões no lixo. O plano fere estrategicamente todas as decisões que foram tomadas em conjunto, inclusive envolvendo representantes da gestão pública”, disse a diretora de Comunicação do Simpere, Cláudia Ribeiro.
Segundo o líder do governo na Câmara, Gilberto Alves (PSB), “a prefeitura realizou um processo democrático, mas nem tudo o que foi aprovado na Comude foi aproveitado no plano”. O presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), adiantou que o projeto será votado assim que receber o parecer do presidente da Comissão de Educação, provavelmente até a próxima segunda (22).