Derrotado por um voto, na última terça-feira (28), volta nesta quinta (30) à discussão, em segunda votação, às 20 horas, no plenário da Câmara de Vereadores de Caruaru, no Agreste, o projeto de lei do Executivo (nº 6.490) que transfere a Feira da Sulanca - que é parte da tradicional feita do município - do centro da cidade para uma área às margens da BR-104. A matéria exige o voto favorável de 2/3 da Câmara, o que corresponde a 16 votos entre os 23 vereadores que compõem o Legislativo municipal.
O projeto do prefeito José Queiroz (PDT) obteve 15 votos "sim", contra sete "não" e uma abstenção, na primeira votação. Faltou apenas um voto para que fosse aprovada na sessão extraordinária que teve quórum total da Casa. A derrota da matéria foi gerada pela infidelidade de quatro membros da base de apoio do governo, que tem com 19 vereadores, mas apenas 15 foram fieis. As votações na Casa são em aberto, sendo secreto o voto exclusivamente nas eleições para a mesa diretora.
Se o projeto for novamente rejeitado, na votação de hoje - não conseguir os 2/3 necessários -, não poderá entrar mais na pauta de votações deste ano, somente em 2016 . Embora da base do prefeito José Queiroz, votaram contra o projeto os vereadores Gilberto de Dora (PSB), Demóstenes Veras (PROS) e tenente Tibúrcio (PMN), e absteve-se de votar Ranilson Enfermeiro (PTB).
Os quatro vereadores da oposição, Antônio Carlos (líder da bancada), Rosimery da Apodec, Duda do Vassoural e Nino do Rap, todos do DEM, também votaram contra a transferência da Feira da Sulanca. A votação foi antecedida por manifestações contra e a favor do projeto, o que deve se repetir hoje.
A expectativa dos governistas é de que vão reverter o resultado na segunda votação, aprovando o projeto. "Cremos que algum dos quatro da base reveja a posição. A política é dinâmica, é momento. A gente está trabalhando, conversando, mostrando a viabilidade do projeto, que vai beneficiar os sulanqueiros. O terreno é doado pelo governo do Estado e quem vai controlar e decidir tudo lá é o sulanqueiro", ressalta o líder do governo, vereador José Ailton (PDT).
A oposição, porém, acredita que os infieis da base governista vão repetir o voto contrário ao projeto. "Cremos que, no mínimo, será repetida a votação. Eles vão manter a posição, apesar de que deve estar ocorrendo uma grande pressão (pela mudança do voto). Nós não somos contra a transferência, mas contra o modelo proposto no projeto", ponderou o líder da oposição, Antônio Carlos (DEM).