Marília Arraes denuncia ter ingresso barrado em obra da PCR na comunidade do Pilar

Vereadora diz que foi impedida de exercer sua função e formalizou pedido de informação à gestão de Geraldo Julio
Mariana Mesquita
Publicado em 30/09/2015 às 21:29
Vereadora diz que foi impedida de exercer sua função e formalizou pedido de informação à gestão de Geraldo Julio Foto: Foto: Câmara Municipal do Recife/Divulgação


A vereadora Marília Arraes (PSB) denunciou, nesta quarta-feira (30), que foi impedida de verificar o andamento de uma obra conduzida pelo prefeito Geraldo Julio na comunidade do Pilar, no Bairro do Recife. Apesar de qualquer vereador ter o direito, garantido por lei, de fiscalizar o trabalho do Poder Executivo, Marília foi proibida de circular no canteiro onde deveriam estar construídos uma creche, uma escola, um posto de saúde e um conjunto habitacional. Por isso, ela formalizou um pedido de informação, que será enviado à prefeitura e terá que ser respondido no prazo de 30 dias, sob pena de se caracterizar crime de responsabilidade.

Segundo o líder do governo na Câmara Municipal do Recife, Gilberto Alves (PTN), a empresa responsável pela obra determinou, por conta própria, que a visita não poderia acontecer por falta de equipamentos de segurança. Irritada, a vereadora refutou a informação.Ela declarou que havia capacetes no local e que o engenheiro responsável, identificado apenas como Silvino, chegou a liberar sua entrada, mas voltou atrás após receber um telefonema de instâncias superiores.

“Ele disse que não traz nem os próprios parentes à obra, mas eu não sou parente dele. Sou uma vereadora tentando exercer a função que me foi delegada pelo povo do Recife. Como é que se faz fiscalização com aviso prévio?”, criticou.

Segundo Marília, a obra está atrasada e os poucos prédios que foram entregues apresentam falhas estruturais e rachaduras. “Queria saber se o prefeito também seria barrado, caso resolvesse aparecer de repente, lá na obra”, acrescentou.

O fato repercutiu negativamente dentro da bancada de oposição. “Marília jamais deveria ter deixado o local. Era para ter chamado a polícia e ter dado voz de prisão a quem a estava impedindo, por desacato à autoridade”, disse André Régis (PSDB), descrevendo a obra, iniciada em 2011, como “conjunto residencial em construção eterna”.

Após se solidarizar com a colega, o líder da oposição na Casa, Jurandir Liberal (PT), fez piada com a alegada falta de equipamentos de proteção. “Será que o prefeito não guardou nem um dos capacetes amarelos que usou durante sua campanha?”, ironizou.


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