Diante da dificuldade do governo federal em aprovar uma nova meta para o déficit fiscal deste ano, o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB) já adota um tom mais cauteloso em relação à liberação dos US$ 220 milhões de um empréstimo acordado com o Banco Mundial (Bird) desde 2013 e brecado pela União do que a reação otimista da semana passada. O dinheiro é importante para que o socialista possa tocar obras e entregar promessas no ano eleitoral.
Essa semana, o prefeito recifense esteve com o secretário do Tesouro Nacional, Marcelo Saitive, em Brasília. “Ele pediu informações, pediu detalhes. Eu passei as informações que ele precisava. E ele ficou de nos convidar novamente para uma próxima reunião para ver se o projeto realmente é encaminhado, já que a gente está esperando desde 2013”, afirmou Geraldo nessa terça-feira (2), após participar da inauguração de um centro de desenvolvimento de softwares da Fiat no Recife. O socialista também disse não ter expectativa de quando poderia ser a nova reunião para ter o retorno sobre a liberação do empréstimo.
As operações de crédito de estados e municípios com bancos internacionais precisam do aval da Comissão de Financiamentos Externos do Ministério da Fazenda porque o governo federal dá a garantia do dinheiro emprestado. O endividamento afeta o resultado fiscal do país.
Na semana passada, Geraldo Julio havia recebido uma sinalização positiva do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como noticiou a coluna Pinga-fogo, do JC. A prefeitura, porém, teria que fazer um ajuste no valor solicitado porque quando o empréstimo foi pedido a cotação do dólar era diferente. Pelo câmbio atual, o crédito seria superior a R$ 800 milhões.