De março de 2014 até hoje, a investigação já se desdobrou em 27 fases e escancarou a vida de figurões do País. Dos 91,8% dos entrevistados que têm conhecimento sobre a Lava Jato, 60% avaliam as investigações como imparciais, enquanto 26,3% vêem partidarização no processo. A super exposição dos trabalhos combinados ao aprofundamento das investigações contribuem para o aumento da simpatia dos recifenses pela operação. Na última pesquisa, divulgada no fim de fevereiro, o apoio à Lava Jato era 71,8%. De lá para cá, houve aumento de 11,7% no percentual de simpatizantes.
EFEITO PEDAGÓGICO
Por outro lado, ainda é grande a descrença com o efeito pedagógico que as investigações podem repercutir no meio político. Mais da metade dos ouvidos (54,6%) avaliam que a Operação Lava Jato “não mudará o comportamento dos políticos”. No entanto, a virada pode vir das urnas. A avaliação é que com os holofotes voltados para as falcatruas cometidas por alguns políticos o comportamento dos eleitores pode ser mais crítico.
O professor Adriano Oliveira chama atenção para o dado que os recifenses confiam pouco nos políticos. Para 72,8% dos entrevistados, aqueles que têm mandato vão “dar um jeitinho” para enfraquecer ou acabar com a Lava Jato. Isso representa que a cada 7 pessoas, 10 acreditam no arrefecimento das ações, em função da pressão política. “Isso mostra baixa confiança dos políticos. Eles não gostam de ser investigados e cria essa opinião da Lava Jato”, explica.
O instituto ouviu 624 pessoas nos dias 4 e 5 de abril. As entrevistaram foram realizadas no Recife. A margem de erro é de quatro pontos para mais ou para menos. Do total de entrevistados, 55,3% são mulheres e 48,9% têm ensino médio completo ou superior incompleto.