À Luz de Velas (Candlelight), um movimento internacional em memória das vítimas da aids, terá uma pauta mais ampla na 11ª versão recifense, nesta sexta-feira (20/05). Organizações não governamentais formadas por pacientes e pessoas que defendem seus direitos, redes e fóruns de trabalhadores estarão protestando contra a abertura do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff(PT) e os descasos com a saúde pública. No foco, o “governo em exercício (de Michel Temer), que já demonstra retrocesso em diversas áreas e no SUS”, explica Wladimir Reis, coordenador do Grupo de Trabalhos em Prevenção Posithivo (GTP+).
Declarações atribuídas ao ministro Ricardo Barros (PP), de que era necessário rever o tamanho do SUS, mesmo depois de desmentidos, deixaram os militantes da saúde pública mais irritados. Nesta tarde de quinta-feira (19/05) o ministro recebeu representantes de uma federação de hospitais privados de São Paulo sugerindo medidas para redução de despesas, entre elas, a mudança numa resolução da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que obriga o uso de agulhas retráteis, que inibem acidentes. O líder da entidade justificou “que não acontecem muitos acidentes para num momento de crise gastar mais com essas agulhas”.
A vigília terá início às 16h, nas escadarias do prédio da antiga sede da Secretaria Estadual de Saúde, na Praça Owsaldo Cruz, na Boa Vista. No Estado, os ativistas reclamam da falta de medicamentos e de especialistas, do fechamento de leitos e do aumento do número de casos da doença entre jovens. A mobilização mundial teve início em 1983, quando pessoas com aids em São Francisco, Los Angeles e Nova Iorque (EUA) realizaram uma caminhada com velas. Os casos de aids voltaram a crescer no Brasil, principalmente entre os mais jovens. Nada menos que 25 milhões de pessoas no mundo já morreram em razão do HIV ou de doenças associadas.
Entidades da saúde também têm manifestado preocupação com um encurtamento do Sistema Único de Saúde. A Sociedade Brasileira de Medicina de Família lançou nota no seu site, na quarta (18/05), propondo medidas para um SUS forte, como o fim do financimento de planos privados e a universalização da atenção primária por meio da Estratégia Saúde da Família, que leva médico, enfermeiro e dentista para as comunidades.