Pulverizada entre diversas candidaturas, a bancada de Pernambuco deve votar dividida na corrida para eleger o sucessor de Eduardo Cunha na presidência da Câmara. No segundo turno, porém, a expectativa é que todos se aglutinem em dois grupos: os que votarão no representante do centrão, núcleo ligado a Cunha, e os que apoiarão um nome adversário.
“Nosso principal objetivo continua sendo derrotar o candidato de Cunha e Temer”, admitiu Luciana Santos, presidente do PCdoB. O partido se reúne hoje, antes da votação, para bater o martelo, mas estuda endossar o nome de Marcelo Castro (PMDB), ex-ministro da presidente Dilma Rousseff (PT) que votou contra o impeachment.
“Não voto no candidato do Centrão e nem no candidato do PSB, que fez uma traição e voto pelo impeachment de Dilma”, adiantou Silvio Costa (PTdoB), dividido entre Castro e Rodrigo Maia, que apesar de ser do DEM, é visto com bons olhos pelo ex-presidente Lula como alternativa para derrotar o governo.
Nessa terça-feira (12), os secretários estaduais de Cidades, André de Paula (PSD), e de Transportes, Sebastião Oliveira (PR), foram exonerados dos cargos para reforçar a votação dos colegas Rogério Rosso (PSD-DF) e Giacobo (PR-PR); ambos do centrão. Eles tiraram da votação Guilherme Coelho (PSDB) e Severino Ninho (PSB).
No PSB, a bancada resolveu votar unida em Julio Delgado (PSB-MG), que disputou contra Cunha em 2011 e teve 100 votos. “Como a eleição vai ser muito pulverizada, há uma expectativa de que quem tiver entre 80 e 100 votos vai estar no segundo turno. Aí, vai ser nós contra eles. Quem é a favor e quem é contra a continuidade do que aconteceu na presidência de Eduardo Cunha”, revelou Danilo Cabral (PSB).
Já o PSDB se reuniu ontem com todos os candidatos para ouvir propostas e fechar questão como partido. Maia, Esperidião Amin (PP-SC) e Rosso têm mais adesão entre os tucanos. “Estamos cobrando dois compromissos: colocar na pauta a cassação de Eduardo Cunha e garantir a instalação da CPI da UNE”, contou Daniel Coelho (PSDB).