POLÍCIA FEDERAL

Operação Turbulência: 20 pessoas são indiciadas em investigação que envolve Eduardo Campos

João Carlos Lyra é apontado como o operador de propinas para Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB)

JC Online
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Publicado em 28/07/2016 às 14:10
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João Carlos Lyra é apontado como o operador de propinas para Campos e o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) - FOTO: Foto: AFP
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Os empresários João Carlos Lyra Mello Filho, Eduardo Freire e Apolo Santana Vieira, apontados na Operação Turbulência como os compradores do avião Cessna, que vitimou o ex-governador Eduardo Campos (PSB) durante a campanha presidencial de 2014, foram indiciados por organização criminosa, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica junto a mais 17 investigados pela Polícia Federal (PF). De acordo com o Jornal Correio Braziliense, Lyra é indiciado ainda como o operador de propinas para o Senador Fernando Bezerra Coelho (PSB), além de ser o também operador de Eduardo Campos.

Segundo informações relatadas pelo jornal, com base num relatório da PF, a delegada Andréa Pinho Albuquerque atesta que os três empresários eram os "principais integrantes" do esquema de arrecadação de dinheiro para lavagem. Bezerra Coelho, como tem foro privilegiado, responde a inquérito sobre fatos semelhantes no Supremo Tribunal Federal (STF).

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Suspeito morto

Um dos suspeitos investigados na operação e apontado como ''testa de ferro'' e dono da empresa Câmara e Vasconcelos foi encontrado morto no Motel Tititi, no município de Olinda, Região Metropolitana do Recife, no dia 22 de junho. Paulo César de Barros Morato teve sua morte caracterizada como envenenamento, após uma série de divergências entre o trabalho pericial iniciado pela Polícia Civil do Estado.

Até o momento, as circusntâncias da morte de Morato, se foi envenenado ou se envenenou, não foram esclarecidas. A empresa Câmara e Vasconcelos levanta suspeitas de ser uma das denonimadas como 'fantasma' e responsáveis pelo repasse de dinheiro para campanhas eleitorais.

Operação Turbulência

A operação foi deflagrada no dia 21 de junho e o indicimaento dos investigados foi concluído e encaminhado à 4ª Vara Federal do Recife no dia 15 de julho. De acordo com Andréa “diversas pessoas, que, de forma estável, permanente e ordenada, utilizavam as contas bancárias de empresas de fachada ou fantasmas ou de ‘laranjas’ para recebimento de valores de origem espúria ou duvidosa” para depois entregar aos seus reais destinatários, seja por meio de saque em espécie ou tranferências bancárias.

Segundo a investigação, os sobrepreços em contratos na Refinaria Abreu e Lima eram praticados pela empreiteira Camargo Corrêa para o possível pagamento de dívidas da campanha de Campos para reeleição ao governo do Estado em 2010.Tudo operado por João Carlos Lyra, de acordo com a informações do Correio.

STF

No STF, apura-se a “possível interferência” do senador  Fernando Bezerra Coelho perante “operadores do esquema de pagamento de propinas a partidos políticos decorrentes de contratos com a Petrobras, visando a obtenção da ajuda ilícita à campanha de seu então correligionário”. Segundo a assessoria de Coelho, procurada pela reportagem do jornal, o socialista “não é investigado na Operação Turbulência e não foi coordenador de nenhuma campanha de Eduardo Campos”.

DEFESA

Segundo Ademar Rigueira, advogado de Apolo Santana e Eduardo Freire, a finalização do inquérito por parte da Polícia Federal não muda a situação dos seus clientes. "Temos que aguardar agora o posicionamento do Ministério Público Federal (MPF), se ele vai aceitar a denúncia feita pela Justiça. Só a partir daí poderemos iniciar a defesa", afirmou.

Como Apolo teve sua solicitação de Habeas Corpus negada pela Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF5), Rigueira informou que ingressou, na última quarta-feira (27), com um recurso de Habeas Corpus no Supremo Tribunal de Justiça (STJ). "Devo entrar, na próxima segunda (1º), com o mesmo tipo de recurso para o Eduardo", concluiu o advogado.

Maurício Leite, advogado de João Carlos Lyra, informou, por meio de nota, que "com relação aos fatos tratados na investigação, todos os esclarecimentos serão prestados nos autos do processo". O defensor disse ainda que "entrará com habeas corpus no STJ para que seja revogada a prisão do seu cliente", mas não adiantou quando isso será feito.

O advogado de Arthur Lapa Rosal, Rivadávia Brayner, foi procurado pela reportagem para comentar o indiciamento do seu cliente e conclusão do inquérito policial, mas não retornou as chamadas.

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