Ex-presidenciável, Eduardo Jorge diz que afastamento de Dilma é constitucional

No Recife para evento do PV, médico sanitarista fala que não deve ser candidato em 2018
Franco Benites
Publicado em 30/07/2016 às 17:55
No Recife para evento do PV, médico sanitarista fala que não deve ser candidato em 2018 Foto: Franco Benites/Jornal do Commercio


Sexto colocado nas eleições presidenciais de 2014, Eduardo Jorge (PV) esteve no Recife neste sábado para reforçar a convenção de Carlos Augusto Costa, candidato do partido à prefeitura da capital pernambucana. O médico sanitarista apresentou o mesmo estilo "zen" que lhe rendeu fama na disputa contra Dilma Rousseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (então no PSB e hoje na Rede), mas criticou a gestão petista. No segundo turno das eleições, vale destacar, o PV apoiou Aécio contra Dilma.

Ao discursar na quadra de um colégio particular, Eduardo Jorge disse que Dilma foi eleita sem apresentar programa de governo e que  iludiu os eleitores que lhe deram a vitória nas urnas. Ele também defendeu o impeachment da presidente afastada.

 

 

"O Brasil vive uma das crises mais graves desde a redemocratização quando nos livramos da Ditadura militar com a Constituinte democrática. O governo eleito em 2014 naufragou, na verdade nem começou. O Brasil passou quase dois anos sem governo. A solução constitucional para esse problema é o impedimento, que está em processo de julgamento. Ninguém desejaria que isso acontecesse, mas no entanto ele é inevitável e é a solução constitucional. O Brasil não pode ficar sem governo e com um governo comprometido com uma irregularidade tão grave", disse. 

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Eduardo Jorge discordou da tese de novas eleições gerais, defendida por Marina Silva, e reforçou ser a favor do afastamento de Dilma Rousseff do posto de presidente da República. 

"Eleição é sempre bom, porque é um momento privilegiado para os partidos se encontrarem com o povo, no entanto, a solução constitucional é o impedimento e a eleição em 2018. É a solução mais provável e possível para fazer as mudanças que o Brasil precisa. Uma eleição geral dependeria de um julgamento no TSE e a Justiça em um país democrático tem seu rito, seu tempo próprio. Você não sabe quando o TSE vai julgar possíveis irregularidades da chapa (Dilma e Michel Temer, do PMDB)", declarou. 

Para Eduardo Jorge, a Justiça precisa continuar "seu trabalho independente de combate às irregularidades". Ele também declarou que o governo Michel Temer precisa "tirar o Brasil desse buraco". 

 

 

"É o maior índice de desemprego dos últimos dez anos. As famílias estão sofrendo com isso. Não fui eu que votei nele como vice, não votei nele, mas é a solução constitucional. Espero que ele comece a dar um rumo de governo até 2018 e em 18 em uma nova eleição o povo talvez em melhores condições de vida tenha condições de votar bem", falou.

O médico sanitarista garantiu que não tem pretensão de voltar a disputar a presidência da República. "Eu não sou candidato profissional. Hoje o que apodrece a política é essa política profissional. O sujeito entra e nunca mais sai. É candidato a síndico, se o Sport (Club do Recife) lançar candidatura para presidente aqui, o cara é candidato. Na minha campanha em 2014, ressaltei esse aspecto. Eu não sou candidato. Não sou candidato profissional e não quero ser político profissional", argumentou.

Em 2014, Eduardo Jorge ficou famoso por seus diálogos com os eleitores na internet, sobretudo por meio do Twitter. A ferramenta continua sendo usada por ele, mas de maneira diferente. 

 "Sou médico, concursado, tenho que bater ponto e tenho que trabalhar pela minha família. Na campanha a gente fica disponível. Eu não tinha intimidade com essa história de Twitter, porque eu sou velho, tenho mais de 60 anos. Não tinha intimidade com Twitter, Instagram e Facebook. Aprendi durante a campanha. Quando acabou a campanha, meus filhos falaram que eu não podia desligar isso. Eu continuo, mas nas horas em que posso. Quando chego em casa, às vezes de noite", contou.

CONVENÇÕES

Além da convenção de Carlos Augusto Costa, houve homologação de outras candidaturas neste sábado no Recife.O prefeito Geraldo Julio (PSB), que tentará a reeleição, realizou um ato que reuniu o senador Cristovam Buarque (PPS-DF). Na ocasião, o senador criticou o projeto Escola sem Partido

A deputada estadual Priscila Krause (DEM), que será rival de Carlos Augusto Costa e Geraldo Julio, também realizou sua convenção.

O evento do PV neste sábado reuniu menos militância que os atos promovidos pelo DEM e PSB. Eduardo Jorge defendeu a candidatura de Carlos Augusto Costa ao dizer que ela se diferenciava das demais.

"Conheço Carlos. É uma pessoa competente e, sobreutdo,  uma pessoa comprometida com o programa do PV, que faz parte de uma corrente mundial de Partidos Verdes. O partido tem o programa mais moderno do século 21 porque reúne o equlíbrio entre o programa econômico, social e ambiental", avaliou. 

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