Assunto recorrente nos últimos meses, quer pela alta nos preços, quer pela elevada taxa de desemprego, a crise econômica não ficaria de fora dos palanques eleitorais.
De acordo com os números da pesquisa do Instituto Maurício de Nassau, divulgados hoje, 61,6% dos entrevistados afirmam que a crise econômica nacional interfere negativamente na administração do atual prefeito Geraldo Julio.
O índice corrobora a estratégia usada na campanha do socialista de abordar a tese de escassez de repasses. Outro item é o fato de que para 90,1% das pessoas ouvidas existe, sim, crise econômica no Brasil.
No Recife, os dois principais concorrentes, Geraldo Julio e João Paulo tem abordado a questão sob diferentes perspectivas. O prefeito se defende dizendo que não tirou do papel as obras prometidas em 2012 no programa de governo por falta de recursos federais.
No palanque do PT, além da defesa à presidente afastada Dilma Rousseff (PT), a crítica é que outras gestões municipais, como a de Antônio Carlos Magalhães Neto (ACM Neto), em Salvador, conseguiu ser bem avaliada mesmo diante do momento de turbulência nas contas públicas. Lá, o democrata lidera a corrida eleitoral quase sem adversários competitivos.
Segundo o professor Adriano Oliveira, como os impactos da situação econômica estão diretamente ligados ao eleitor, o que dá uma sensação de proximidade, a crise tende a ajudar Geraldo Julio, no momento em que ele mostrar as obras.
O mote deve ser largamente utilizado pelos adversários do candidato da situação, que vão apontar o que há de incompleto na gestão. No guia, Geraldo já assumiu uma postura autocrítica declarando que existe crise e que isso o impediu de realizar mais intervenções. No entanto, o prefeito-candidato tem adotado o discurso de que continuou o trabalho mesmo com a crise.
Ele também costuma fazer comparações com as gestões anteriores, no caso as do PT, ao dizer que investiu mais em determinadas áreas do que no passado.