Durante entrevista na TV Jornal na manhã desta quinta-feira (22), o candidato a prefeito do Recife Edilson Silva (PSol) voltou a criticar o modelo de propaganda eleitoral que não distribui igualitariamente o tempo entre os candidatos. De acordo com ele a “manipulação da opinião pública é uma ciência” e é utilizada pelo atual prefeito e candidato a reeleição Geraldo Julio (PSB).
“O formato da eleição não reserva ao candidato espaço para debate político. O prefeito não vai para nenhum debate e, além disso, tem mais espaço [no programa eleitoral obrigatório] e induz o eleitor ao erro”, criticou.
De acordo com a Lei Eleitoral, o tempo é maior para os candidatos com maior representação de partidos. Com a minirreforma política de 2015, o programa eleitoral obrigatório diminuiu de 30 para 10 minutos, porém, aumentando o número de inserções publicitárias. Dono de uma coligação com 20 partidos, Geraldo Julio é o candidato que mais tem tempo para propaganda eleitoral gratuita: 4 minutos e 48 segundos. Já Edilson figura entre os com menos tempo, com apenas 37 segundos.
Durante entrevista com a apresentadora Graça Araújo e o repórter Vagner Gomes, Edilson afirmou que quer ser prefeito do Recife para inserir uma gestão democrática e transparente. “Recife está insegura, precisamos de uma cidade diferente. Recife não pode ser essas cidade abandonada. Queremos transformar a cidade” disse.
Edilson Silva aproveitou o espaço para fazer críticas a gestão de Geraldo Julio. Ele voltou a falar da falta de necessidade em construir novos prédios enquanto outros equipamentos poderiam ser restruturados para atender uma parte maior da cidade. “O Compaz só atende um bairro, cria o Hospital da Mulher enquanto temos três maternidades sucateadas” disse.
Questionado sobre como a prefeitura ajudaria a questão da segurança em seu mandato, Edilson avaliou que a prefeitura precisa investir em prevenção. “Precisamos qualificar bastante os transportes públicos. Precisamos recuperar a excelência do metrô, que está sucateado. E dar segurança. “Fico admirado que na cidade do Recife não temos um observatório da violência, é necessário fazer esse mapeamento, para fazer uma prevenção qualificada, em parceria com faculdades, para só após resolver com o governo o que pode ser feito”, disse.
Sobre um dos temas mais abordados pelos candidatos na campanha, Edilson voltou a dizer que complexidade não é função da prefeitura, mas falta vontade política para fornecer os serviços básicos de prevenção. “ Precisamos cuidar da saúde do ponto de vista da prevenção”, disse.