Políticos da base aliada da Frente Popular adotam a lei do silêncio ante as declarações do advogado Antônio Campos (PSB), que foi a público questionar as principais lideranças do PSB no Estado e Renata Campos, viúva do ex-governador Eduardo Campos. A estratégia é não dar eco às críticas dele, que disputou e perdeu a Prefeitura de Olinda. Oficialmente, nenhuma liderança faz considerações ao que foi dito. Mas, nos bastidores, pontuam a falta de habilidade política e evitam comentários classificando o episódio como "briga familiar".
Para não criar arestas com o PSB, aliados tratam as declarações como "ressentimento e mágoa" e destacam o legado deixado pelo ex-governador Eduardo Campos, ressaltando a capacidade dele de unir as legendas na Frente Popular. Nem mesmo políticos citados na entrevista quiseram se posicionar, sob a justificativa de que o caso diz respeito a questões internas do partido.
Nem o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira, nem o estadual, Sileno Guedes, responderam aos telefones ou às mensagens da reportagem.
O vice-presidente estadual do PSB, Luciano Vásquez, defende uma análise profunda da legenda, após o resultado das urnas e as alianças rompidas. Ele foi um dos que subiu no palanque da prefeita eleita Raquel Lyra (PSDB), em Caruaru, quando a posição do Palácio era apoiar Tony Gel (PMDB). Quanto à repercussão do posicionamento de Antônio Campos, ele pontuou os componentes familiares e políticos. No campo político, pregou uma avaliação dos erros e equívocos cometidos pelo partido em Olinda.
"É preciso depurar isso com muita tranquilidade, mas hoje a motivação que me move dentro do PSB é pela reunificação, pela unidade e planejamento, como forma de minimizar os erros e as críticas", avaliou.
Vásquez foi um dos que defendeu a candidatura de Campos em Olinda. "Ele é um quadro expressivo do nosso partido. Então, temos que avaliar o que ele está colocando", disse.
A vereadora Marília Arraes, eleita pelo PT após deixar o PSB com críticas à condução política da legenda, preferiu não tecer comentários sobre o episódio. "Não vejo minhas críticas como semelhantes as dele", disse. "Desde o início, meu posicionamento foi pela esquerda, por questões político-ideológicas. Já nem estou mais no partido, não vejo porque opinar nessa divergência. Minhas declarações nunca foram no âmbito familiar e sim pela guinada à direita do PSB. Esse autoritarismo é resultado do campo político tomado, essa posição inábil é típica de partido da direita", afirmou.
Procurado para repercutir as declarações, Antônio Campos respondeu, via WhatsApp, que ratifica informações da entrevista.