Fechado ao público desde meados de 2016, o Museu de Arte Contemporânea de Pernambuco (MAC), localizado em Olinda, ganha novo alento. A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe), atendendo à recomendação do Tribunal de Contas do Estado (TCE), abriu licitação para contratar uma empresa que vai realizar obras de recuperação e reforço da estrutura do Museu. Hoje, o prédio principal do museu está fechado, somente a Galeria da pintora Tereza Costa Rêgo encontra-se em funcionamento.
O edital de licitação para contratação da empresa responsável pela obra foi publicado semana passada, no Diário Oficial do Estado.
O nome da empresa vencedora que fará a reforma do MAC será divulgado no próximo dia 27 de abril, data em que acontece a disputa de preços por meio de Pregão Eletrônico.
Ao ser informada da situação de abandono em que se encontrava o equipamento, a conselheira Teresa Duere enviou um Alerta de Responsabilização à presidente da Fundarpe, Márcia Souto, cobrando a adoção imediata de providências. A conselheira solicitou também que o Ministério Público de Contas acionasse judicialmente os responsáveis pela degradação e abandono do patrimônio.
A situação em que se encontra o MAC foi revelada por meio de uma auditoria especial feita pelo Tribunal de Contas em junho de 2016. Os técnicos encontraram sérios problemas estruturais no prédio, que colocavam em risco o acervo, os funcionários e os frequentadores do Museu.
O prédio, construído em 1765, é tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e abriga um dos mais importantes acervos de arte contemporânea das Américas, com mais de 4 mil obras de artistas como Cândido Portinari, Cícero Dias, Di Cavalcanti, Burle Max, João Câmara, entre outros.
A equipe encontrou rachaduras, ferragens expostas, vazamento e desprendimento do reboco, além de vários pontos de infiltrações no local destinado à guarda dos trabalhos mais valiosos, entre eles o quadro “Enterro” de Cândido Portinari, cujo valor estimado, em 2010, chegava a 1 milhão de reais.
Os banheiros estavam sem condições de uso e a instalação elétrica, deteriorada, representava risco de incêndio.
Parte das dependências do museu teve de ser ocupada com o material que ficava guardado em duas edificações anexas, destinadas à reserva técnica.
Com cerca de 60 anos de existência, o MAC-PE é guardião do segundo melhor acervo de arte contemporânea da América Latina, diz Célia. “Quem faz essa afirmação é o professor de história da arte da Universidade de Brasília (UnB) Émerson Oliveira, que realizou pesquisas em museus vinculados ao Estado, como o MAC-PE. Ele disse que temos peças só encontradas aqui”, destaca a gestora.
Uma delas é um exemplar assinado por Adolph Gotllieb (1903-1974), pintor norte-americano considerado o precursor da arte
contemporânea. O quadro, com uma placa de bronze, fazia parte do acervo do jornalista e escritor Assis Chateaubriand
(1892-1968). “O MAC foi criado a partir de uma doação de Chateaubriand”, declara.