Passado o Dia do Trabalhador, sindicatos e movimentos sociais vão se dividir agora entre a batalha para tentar barrar as mudanças da previdência e a defesa do ex-presidente Lula (PT) na ação penal no âmbito da Lava Jato. Nos dias 9 e 10, duas caravanas de Pernambuco devem marcar presença em Brasília, para acompanhar a votação da reforma na Câmara, e em Curitiba, para servir de claque durante o depoimento de Lula ao juiz federal Sérgio Moro; anunciou nessa segunda-feira (1º) o presidente da CUT-PE, Carlos Veras, durante uma passeata com baixa adesão pelo Centro do Recife para marcar o 1º de Maio.
“Nós vamos nos reunir durante toda essa semana para planejar. Porque nos dias 9 e 10 estão sendo previstos tanto o depoimento do ex-presidente Lula em Curitiba, quanto a votação da reforma da previdência. Então, eles estão tentando nos dividir. Não adianta. Nós temos trabalhadores suficientes. Aguerridos e com coragem para ocupar no mesmo dia Curitiba e Brasília”, afirmou Veras.
Segundo o presidente da CUT, cinco ônibus já estavam mobilizados para ir a Curitiba para amanhã, antes de o encontro ser adiado por Moro a pedido da Polícia Federal para garantir o esquema de segurança na cidade. Em um encontro do PT, Lula disse que o encontro foi adiado por falta de provas. Paralelamente, a CUT espera conseguir levar sindicalistas a Brasília para engrossar o coro contra as reformas.
Mais comedido, o PT de Pernambuco planeja uma vigília em defesa de Lula, por considerar que a investigação vem sendo usada como uma arma de perseguição política. O local e a configuração do ato serão fechados ao longo da semana. “Alguns militantes estão indo espontaneamente para Curitiba. O partido e algumas forças aliadas vão fazer essa vigília. Nós entendemos que poderíamos contribuir melhor assim, dada a distância. Inclusive em conversa com a Direção Nacional. O ato na Transposição, em Monteiro, teve a presença maciça de petistas do Nordeste. Lá em Curitiba, caberá mais ao pessoal do Sul”, explicou Bruno Ribeiro, presidente do PT-PE.
Faixas contra as reformas, criticando deputados federais pernambucanos que votaram pelas mudanças das regras trabalhistas e em defesa de Lula deram o tom da manifestação. O presidente Michel Temer foi o principal foco das críticas: um homem vestiu uma máscara do peemedebista com a fantasia de um vampiro e o presidente do PT chamou Temer de machista. Mas representantes de sindicatos de servidores estaduais também fizeram queixas pontuais aos políticos do PSB.