Pacto Pela Vida 10 anos: oposição anuncia 2 mil homicídios em 2017

Nos 10 anos do Pacto Pela Vida, oposição cobra redução da violência do governador
Paulo Veras
Publicado em 08/05/2017 às 20:32
Nos 10 anos do Pacto Pela Vida, oposição cobra redução da violência do governador Foto: Foto: Roberto Soares/Alepe


No dia em que o Pacto Pela Vida completou 10 anos, a oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) resolveu pressionar o governador Paulo Câmara (PSB) pela redução do número de homicídios no Estado. Desde o início do ano, já foram registrados 2.035 assassinatos, segundo o balanço da oposição com base em fontes da Secretaria de Defesa Social (SDS). No mesmo período do ano passado, foram 1.483 homicídios.

“Esse é o quadrimestre mais violento da história do Pacto Pela Vida”, criticou o líder da oposição, Silvio Costa Filho (PRB). Ele disse que o programa se afastou da parceria com os municípios e perdeu transparência, com a não divulgação dos dados diários pela SDS como ocorria antes.

Silvio também cobrou que a Alepe tenha dois assentos na reunião do Pacto: um para a bancada de governo e outro para a bancada de oposição. A demanda já havia sido apresentada no final do ano passado, mas emperrou a medida que o tema se tornou politicamente sensível para o governador.

Durante o discurso de Silvio, Terezinha Nunes (PSDB) fez um apelo para que o problema da violência não seja usado politicamente. “O embate entre governo e oposição em torno da segurança não tem nos levado a lugar nenhum. Chegou o momento de se unir, não de brigar.”

O apelo da tucana repercutiu mal entre a oposição. “A culpa da criminalidade não é do debate que a gente faz aqui dentro. A culpa é do governo”, disparou Edilson Silva (PSOL), que disse que não seguiria ordens. “Qual o próximo passo do governador? Chamar o batman? O homem-aranha?”, ironizou o psolista.

REAÇÃO DO GOVERNO

Líder do governo, Isaltino Nascimento (PSB) criticou a postura de quem investe na quebra de hierarquia na Polícia Militar e questionou se a oposição apoiaria as ações de pressão das associações militares, como a entrega das cotas do Programa de Jornada Extra de Segurança (Pjes) caso fosse o partido deles no governo. “Estamos fazendo tudo o que está ao nosso alcance.”

Vice-líder do governo, Rodrigo Novaes (PSD) disse que o que a Associação de Cabos e Soldados (ACS) tenta fazer é questão política e que há, por parte de alguns, o regozijo diante das mortes anunciadas. Waldemar Borges (PSB) afirmou que o interesse de quem comanda a ACS é ver a situação da segurança se agravar.

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