Publicitários pernambucanos foram operadores do pagamento de propina da Lava Jato, diz MPF

Pagamento foi feito no apartamento de Antônio Carlos, em São Paulo. André Gustavo foi preso embarcando para Portugal, do Recife
Mariana Araújo
Publicado em 27/07/2017 às 10:49
Pagamento foi feito no apartamento de Antônio Carlos, em São Paulo. André Gustavo foi preso embarcando para Portugal, do Recife Foto: Foto: Cristina Indio do Brasil/Agência Brasil


O publicitário pernambucano André Gustavo Vieira da Silva foi o responsável pelo pagamento da propina de R$ 3 milhões para o ex-presidente da Petrobrás, Aldemir Bendine, informaram representantes do Ministério Público Federal (MPF) e da Polícia Federal (PF), em coletiva em Curitiba, na manhã desta quinta-feira (27).

André Gustavo fez o pagamento do valor em três parcelas em São Paulo. O local escolhido para os pagamentos foi o apartamento do outro publicitário, Antônio Carlos Vieira da Silva Junior, na capital paulista. Os dois publicitários são irmãos e sócios de uma agência publicitária no Recife. Também já trabalharam em campanhas políticas em Portugal, nos anos de 2011 e 2015. Os dois foram presos na manhã desta quinta-feira (27).

André Gustavo foi preso embarcando no aeroporto do Recife. Segundo o MPF, ele tinha uma passagem para Portugal para esta quinta (27). Já Aldemir Bendine também tinha uma passagem para Portugal para data desta sexta (28). No caso do ex-presidente da Petrobras, havia apenas a compra de uma passagem de ida.

O valor pago através do propina ainda não foi recuperado e não foi apontado o destino do dinheiro.

Assista ao vídeo da coletiva:

SUSPEITA

O Ministério Público Federal suspeitou da operação ilegal porque os publicitários fizeram o recolhimento de impostos de um suposto serviço de consultoria apenas em 2017. A propina foi paga em 2015, segundo o órgão.

Todos os três serão levados para Curitiba, A chegada está prevista para as 19h desta quinta (27). "Para o Ministério Público, a recolhida de imposto significa uma tentativa de lubridiar as investigações e obstruir a Justiça", disse o procurador da República Athayde Ribeiro Costa.

Ainda segundo MP, o fato de dois detidos estarem indo para Portugal não significa que havia uma fuga programada. André Gustavo tem negócios consolidados em Portugal, enquanto Bendine tem cidadania italiana. Nâo há indícios que de tenha ocorrido vazamento da operação, fazendo com que os suspeitos deixassem o País.

Os envolvidos na Operação Cobra tentaram destruir as provas existentes para o pagamento de propina. A comunicação entre eles era feita através de um aplicativo de celular que apagava as mensagens assim que lidas. No entanto, as investigações encontram a comunicação em arquivos de nuvem.

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