Movimentos sociais debatem democracia, reforma política e organização

Seminário de três dias tem início nesta sexta (28/7) no Sindicato dos Bancários, no Recife, com palestra de José Maroni (Inesc) e Betânia Ávila (SOS Corpo)
Editoria de Política
Publicado em 28/07/2017 às 17:28
Seminário de três dias tem início nesta sexta (28/7) no Sindicato dos Bancários, no Recife, com palestra de José Maroni (Inesc) e Betânia Ávila (SOS Corpo) Foto: Alexandre Gondim/JC Imagem


Movimentos sociais se reúnem no Recife desta sexta (28/7) até domingo (30/07) para debater os impactos da crise política brasileira nas lutas das organizações populares e sindicais. Reforma política, enfrentamento de retrocessos nos direitos trabalhistas e das mulheres e nas questões agrárias estão entre questões a serem debatidas. Como fica a luta contra o racismo, os direitos indígenas e quilombolas e os de outros grupos que vinham se afirmando, como as comunidades LGBT, ambientalistas e organizações da juventude também estão na pauta.

O evento, organizado pela Equip - Escola de Formação Quilombo dos Palmares em parceria com a CUT, Fase e outros entidades, será aberto às 18h desta sexta (28/07), no Sindicato dos Bancários, na Rua Manoel Borba, na Boa Vista, com palestras de José Antônio Moroni, do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), de Brasília, e da feminista Betânia Ávila, uma das fundadoras do SOS Corpo, Instituto Feminista pela Democracia, do Recife.

O Inesc foi criado em 1979, é uma organização não governamental que atua para ampliar a participação social em espaços de deliberação de políticas públicas. Assim como o SOS Corpo, integra um grupo que debate propostas da sociedade organizada para a reforma política do País. Em entrevista publicada no site do Inesc, Maroni avalia que mesmo no atual cenário desfavorável da política brasileira, de retrocessos, abre-se a possibilidade de fortalecer os movimentos sociais e a esquerda. “Essa conjuntura política abriu muitas possibilidades, de A a Z. Inclusive a possibilidade da direita e ultra-direita saírem fortalecidas desse processo (...) Mas ao mesmo tempo nos abre a possibilidade, para o campo democrático e progressista, da esquerda, de colocarmos nossas agendas e estarmos rearticulando enquanto campo político. Temos hoje uma unidade que a gente não tinha há dois anos”, avaliou.

No sábado, o evento será transferido para a sede do Centro de Formação do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais da Saúde e Previdência (Sindsprev), na Guabiraba. Pela manhã, Carlos Veras, da CUT e da Frente Brasil Popular, vai falar sobre as dificuldades e desafios da articulação em frente, enquanto Sílvia Dantas, do Fórum de Mulheres de Pernambuco, discutirá o enfrentamento ao fundamentalismo e ao racismo, assim como a importância da organização de mulheres, jovens, quilombolas e indígenas. À tarde grupos discutirão democracia, educação popular, o direito à água, à terra, à cidade, a proteção da biodiversidade, segurança alimentar e as lutas contra a homofobia. No domingo, no mesmo local, os trabalhos ficarão em torno de estratégias de trabalho e perspectivas.

Entidades repudiam programa de revitalização da indústria mineral

Mais de 70 organizações e movimentos sociais brasileiros, 17 organizações internacionais, entre eles o Inesc, assinam nota de repúdio ao Programa de Revitalização da Indústria Mineral, lançado pelo governo Temer no dia 25 de julho. “Mudar o Código da Mineração no momento de turbulência política pela qual passa o País, tratando a mineração apenas sob a ótica fiscal e administrativa, deixa claro que esta manobra faz parte do pacote de ações de desmonte da democracia e que é uma clara tentativa de buscar convencer parlamentares da bancada mineradora a votar contra o prosseguimento da denúncia da Procuradoria Geral da República (PGR) por corrupção passiva”, diz matéria divulgada no site do Inesc .

 

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