Deputado do PSB pede que PCR revogue ambulatório LGBT

Em discurso, o deputado evangélico Adalto Santos revelou preocupação com atendimento a 'transexualização' em ambulatório LGBT
Paulo Veras
Publicado em 23/11/2017 às 14:24
Adalto Santos foi reeleito ouvidor-geral da Alepe. Ele está no cargo desde 2015 Foto: Foto: Roberto Soares/Alepe


O deputado Adalto Santos (PSB), integrante da bancada evangélica, anunciou nesta quinta-feira (23) que fará um apelo ao prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), para que o município "revogue" a criação de um ambulatório para atender o público LGBT+. Em discurso na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Adalto disse que, no seu entendimento, esse não é o caminho porque o atendimento de saúde tem que ser para todos, não para um grupo.

"Para nossa surpresa, na semana passada, o nobre secretário de Saúde da Capital, Jailson Correia, através de um decreto de lei, começa a receber os primeiros usuários do ambulatório LGBT na Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena. O que me deixa preocupado é que ambulatório para atender só LGBT por quê? Por que não os pardos? Por que não os idosos? Por que não o pessoal de rua? Por que só o pessoal LGBT? Não estaria defendendo se ele tivesse feito esse ambulatório para defender só o povo evangélico. Tem que receber a todos que precisam de saúde", argumentou o deputado.

"O que me espanta aqui é que ele diz que não precisa de marcação. Pode chegar lá e ser atendido direto. Não precisa marcar. Enquanto milhões de pessoas saem do interior, passa a noite inteira viajando, para ter o atendimento no outro dia, as vezes já a tarde. Aqui não precisa marcar, já é atendido. Eu acho que não é o caminho. Todos têm o mesmo direito", defendeu ainda.

Segundo o deputado, outra preocupação é o fato de o espaço também acolher pessoas interessadas no processo de transexualização. "Você pode querer fazer a cirurgia que o município vai atender", se queixou o parlamentar.

O ambulatório

O ambulatório voltado para o público LGBT+ começou a atender desde a última segunda-feira (20). Ele funciona dentro da Policlínica Lessa de Andrade, na Madalena. O objetivo é promover a saúde integral de lésbicas, gays, bissexuais, transexuais e travestis. O ambulatório leva o nome da transativista Patrícia Gomes.

"A ideia não é criar um ambulatório segregado da rede de saúde, é colocar uma porta de acesso que seja mais fácil de as pessoas chegarem para terem seu primeiro atendimento, serem ouvidas nas suas necessidades, algumas delas específicas de saúde, como o próprio processo de transexualização. Aqui vai haver integração com outros serviços", explicou, na inauguração, o secretário de Saúde do Recife, Jailson Correia.

Com capacidade para realizar 20 atendimentos por semana, o ambulatório funcionará de segunda a quinta, das 13h às 17h. A demanda espontânea, sem necessidade de marcação, ocorre só no início. A equipe de atendimento conta com médico, enfermeiro, psicólogo, além de residentes do Programa Multiprofissional de Saúde da Família.

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