O PT de Pernambuco aprovou ontem um calendário eleitoral que prevê a discussão sobre o apoio a outros partidos na corrida pelo governo do Estado e a realização de prévias caso a sigla decida ter candidato próprio. Enquanto a militância do PT quer disputar o Palácio do Campo das Princesas, dirigentes petistas flertam com uma aliança com o PSB do governador Paulo Câmara. A vereadora do Recife Marília Arraes, o deputado estadual Odacy Amorim e o dirigente partidário José de Oliveira já se lançaram como pré-candidatos.
“Tudo indica que o partido caminha para prévias. Se houver, será num clima muito respeitoso. Em 2012, o partido tinha a prefeitura, por isso houve conflito”, afirmou Odacy, após a divulgação do calendário. Em 2012, o PT viveu um desastroso processo de prévias com a disputa entre o então prefeito do Recife na época João da Costa e o então deputado federal Maurício Rands. O PT perdeu aquela eleição encerrando um ciclo de 12 anos no comando da Capital.
Pelo calendário, filiados têm até o dia 23 de fevereiro para apresentar propostas de apoio à outro partido. Ela seria apreciada em um Encontro de Tática Eleitoral no dia 11 de março. “Essa é a primeira discussão que o partido tem que fazer. É uma formalidade. Vamos aguardar para ver se vai surgir alguém para apresentar alguma proposta, se o PT nacional apresenta alguma sugestão, se o próprio PSB formaliza alguma ideia”, afirmou o senador Humberto Costa. O presidente do PT-PE, Bruno Ribeiro, diz ser improvável que um grupo expressivo dentro do partido proponha uma aliança com outra legenda.
Os pré-candidatos a governador e senador do PT tem até o dia 2 de abril para submeterem suas postulações. Se não houver consenso, no dia 15 de abril é definido o método de escolha dos candidatos majoritários, que pode ser por meio de prévias, onde todos os filiados podem votar, ou através de um encontro, onde votam os 300 delegados da sigla. Para aprovar uma opção ou outra, é preciso de 2/3 dos votos. Se a maioria optar por prévias, elas devem ocorrer no dia 6 de maio.
“Discordo que o partido esteja caminhando para prévias. Acredito que não será necessário. A gente vai conversar e se entender para que haja um consenso”, afirmou Marília Arraes. A vereadora negou a possibilidade de o PT apoiar outra legenda. Ex-presidente do PT-PE, a deputada estadual Teresa Leitão defende que o partido busque o consenso. “Não existe mais a Frente Popular. Ela está totalmente descaracterizada”, criticou, sobre a possibilidade de aliança com o PSB.