Primeira parte da Adutora do Agreste fica pronta no final de março

Adutora do Agreste está em obras há cinco anos e ainda depende do Ramal do Agreste para que a água do São Francisco chegue em mais municípios
Ângela Fernanda Belfort
Publicado em 10/02/2018 às 8:01
Obras da Adutora do Agreste receberão R$ 24 milhões do MDS Foto: Foto: Divulgação/ Compesa


Cinco anos depois do início das obras, a primeira etapa da Adutora do Agreste vai entrar em operação no final do mês de março, beneficiando 10 municípios daquela região. Inteira, a primeira etapa levaria água a 23 municípios. Ou seja, passou metade de uma década pra fazer menos do que o inicialmente previsto para ser concluído em dois anos, que seria em 2015. O motivo da lentidão foi o de sempre: diminuição no repasse dos recursos federais que começou a ocorrer desde 2014.

Isso significa que 10 municípios pernambucanos serão os primeiros a receber a água da transposição do Rio São Francisco, exatamente um ano depois que o mesmo projeto fez a água chegar ao cariri paraibano, o que ocorreu em março do ano passado, quando foi inaugurado o Eixo Leste da transposição. Esse último é um grande canal que capta a água na cidade de Floresta e leva até o açude de Boqueirão, no cariri paraibano.

Na última visita que fez ao Estado, no dia 02 de fevereiro, o ministro da Integração Nacional, Helder Barbalho, afirmou que a primeira etapa da adutora seria entregue no dia 08 de março e que são essas obras complementares que “permitirão que a água do São Francisco adentre ainda mais nos Estados e chegue a mais cidades e mais nordestinos”.
Até agora, circula água pela Adutora do Agreste somente em 11 quilômetros, mas a água não vem do São Francisco.

A água do São Francisco chegará a Adutora do Agreste via Adutora do Moxotó – construída pelo governo do Estado dentro da Adutora do Agreste com recursos federais –. A Adutora do Moxotó tem cerca de 70 km, indo de Sertânia até Pesqueira/Arcoverde. No projeto da transposição, a água do Eixo Leste viria pelo Ramal do Agreste, que teria cerca de 70 km de extensão, começando em Sertânia e seguindo até Pesqueira/Arcoverde. Mas por que a adutora do Moxotó, e o Ramal do Agreste fazem o mesmo trajeto ? Simplesmente porque o Ramal do Agreste era uma promessa antes da Transposição sair do papel e assim continua. As obras da transposição foram iniciadas há 10 anos.

“Precisamos muito do Ramal do Agreste”, diz o presidente da Compesa, Roberto Tavares. A Adutora do Moxotó só pode transportar cerca de 20% da água que o Ramal do Agreste levaria. A assessoria de imprensa do Ministério da Integração informou que já fez uma seleção e escolheu uma empresa para fazer o Ramal do Agreste, mas não informou o nome da mesma nem a data prevista para o começo das obras.

BALANÇO

Já foram empregados cerca de R$ 800 milhões na Adutora do Agreste e ainda faltam mais R$ 442 milhões para concluir a primeira etapa que contemplaria 23 cidades. Cerca de 90% dos recursos são da União. Os 10 municípios pernambucanos que devem ter água do São Francisco a partir do final de março são: Arcoverde, Pesqueira, Sanharó, Belo Jardim, Tacaimbó, São Caetano, São Bento do Una, Alagoinha, Pedra e Venturosa. Mais 13 municípios poderão ser beneficiados pela Adutora ainda na primeira etapa.

Inteira, a a Adutora do Agreste vai contemplar 68 municípios que se encontram na região que tem o maior déficit hídrico de Pernambuco. 

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