Enquanto a oposição discute a respeito de ter ou não múltiplas candidaturas, o deputado federal Daniel Coelho (Cidadania) iniciou nesta quinta-feira (16), sua agenda de pré-candidatura a Prefeitura do Recife. Coelho tem defendido que não haveria sentido o bloco de oposição a esquerda, especialmente ao PSB, dividir forças para disputar o pleito municipal. No entanto, o pré-candidato pelo Cidadania parece não querer tirar seu nome do páreo e já percorre a capital em busca de nomes para fechar a chapa de vereadores do partido.
O primeiro compromisso de Daniel Coelho foi no condomínio João Paulo II, no bairro Porto da Madeira, Zona Norte do Recife, onde esteve reunido com o síndico Thyago Amorim. “Viemos ouvir as demandas dos moradores do condomínio, que possui 672 apartamentos, e enfrentam diariamente as dificuldades de uma das regiões mais abandonadas pela prefeitura”, disse o parlamentar. “Thyago retrata bem o perfil da chapa que o Cidadania está montando, com jovens lideranças participando do processo de renovação política”, complementou.
Na leitura de Daniel, o Cidadania tem condições de eleger entre 4 a 5 vereadores no próximo pleito. Para isso, o trabalho precisa começar desde já. “Vamos percorrer toda a cidade de forma intensa, ouvindo as pessoas e conhecendo de perto os problemas de cada comunidade. Essa escuta será fundamental para a construção das propostas que pretendemos apresentar à cidade durante o período eleitoral”, destacou Coelho.
O pré-candidato já cogitou a possibilidade de ser vice em uma eventual chapa com a delegada Patrícia Domingos (Sem Partido), ex titular da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (Decasp), que foi extinta pelo Governo do Estado. No mês passado, os dois participaram de um evento para a formação de candidatos a vereador. Durante cerca de uma hora, o líder do Cidadania na Câmara dos Deputados falou sobre escolhas partidárias, quociente eleitoral e outros temas pertinentes para aqueles que pretendem se candidatar a uma vaga nas câmaras municipais.
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Em um momento de descontração, já ao final da palestra, alguém da plateia falou que a chapa ideal para a Prefeitura do Recife, em 2020, seria Daniel candidato e Patrícia vice. No microfone, sorrindo, Daniel respondeu: “E por que eu não posso ser vice dela também?”. A delegada Patrícia Domingos não é filiada a nenhum partido, e apesar de não descartar a possibilidade de entrar na disputa pela Prefeitura do Recife, também não confirma se realmente concorrerá às eleições.
NOMES PARA 2020
Além de Daniel e Patrícia, entre os nomes colocados dentro da quadro da oposição ao PSB na disputa pelo executivo da Capital estão o do ex-ministro da Educação e ex-governador Mendonça Filho (DEM); o deputado federal Silvio Costa Filho (Republicanos); o presidente da Embratur Gilson Machado, caso o Aliança pelo Brasil, partido idealizado pelo presidente Jair Bolsonaro, seja formalizado a tempo para as eleições municipais. Outros nomes como o da deputada federal Marília Arraes (PT), e dos deputados federais Túlio Gadelha (PDT), André de Paula (PSD) e Raul Henry (MDB), também são cotados, no entanto, os partidos ainda integram a Frente Popular de Pernambuco, que apoia a candidatura do deputado João Campos (PSB).
INDEFINIÇÃO NO MDB
Após ver seu nome defendido pelos senadores Jarbas Vasconcelos e Fernando Bezerra Coelho, ambos do MDB, para concorrer à Prefeitura do Recife nas eleições desse ano, o deputado federal Raul Henry (MDB) afirmou que jamais reivindicou sua candidatura ao Executivo municipal. O parlamentar, que também preside o MDB em Pernambuco, disse ficar lisonjeado com o apoio dos correligionários, mas reafirmou que ainda não decidiu se manterá ou retirará o partido da Frente Popular - coligação que deve defender o nome do também deputado João Campos (PSB) para a sucessão de Geraldo Julio (PSB).
"Eu não reivindiquei candidatura minha a prefeito. Nunca coloquei isso como projeto pessoal meu. Fernando (Bezerra Coelho) tomou a iniciativa de levantar o meu nome, vocês da imprensa quando colocam os nomes dos possíveis candidatos têm colocado o meu nome, mas eu nunca eu dei uma entrevista me colocando como candidato a prefeito", declarou Raul em entrevista ao Jornal do Commercio na última terça-feira (14).
O emedebista, no entanto, não descartou a possibilidade de enfrentar as urnas na capital pernambucana. De acordo com o deputado, a condição para aceitar o desafio é que a sua candidatura seja apoiada por um amplo conjunto de forças políticas, como ocorreu com o ex-senador Armando Monteiro (PTB) nas eleições de 2018. Concorrer pela oposição com múltiplas candidaturas em jogo estaria fora de cogitação.
"Depois da experiência que eu acumulei, acho que uma candidatura majoritária tem que ser o ponto de convergência de um conjunto amplo de forças, com um projeto que seja amplamente debatido. Uma candidatura majoritária como projeto de um único partido ou como projeto pessoal, para mim não faz sentido", cravou o parlamentar.