Atualizada no dia 29/01/2020 às 15h26
Após reunião com dirigentes do PT nacional e de Pernambuco, nesta terça-feira (28), que contou com a presença do ex-presidente Lula, o vice-presidente do PT, José Guimarães (PT-CE), afirmou que a deputada federal Marília Arraes (PT) é a pré-candidata da direção nacional do PT para a Prefeitura do Recife nas eleições 2020.
"Ao final nós deliberamos o seguinte; primeiro reconhecer e considerar que ela é a nossa pré-candidata da direção nacional do PT; segundo lugar, compreendendo que o diretório de Recife tem posição contraria, nós resolvemos abrir um amplo diálogo na tentativa de construção da unidade do PT", disse o petista.
Caso a candidatura de Marília seja concretizada, ela deve disputar a sucessão do prefeito Geraldo Julio (PSB) contra adversários como o deputado João Campos.
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Além de Lula e José Guimarães, participaram da reunião o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT), o presidente do PT-PE, Doriel Barros e o presidente do PT no Recife, Cirilo Mota.
José Guimarães foi designado como porta-voz para falar sobre os encaminhamentos da sigla após a reunião. Segundo o petista, a candidatura de Marília Arraes foi defendida por ele, Lula e Gleisi Hoffman, presidente nacional da sigla, enquanto os dirigentes pernambucanos, Humberto Costa, Doriel Barros e Cirilo Mota expressaram o desejo de manutenção da aliança com o PSB em Pernambuco. Marília, por sua vez, colocou-se como pré-candidata e "pediu rapidez na definição", disse Guimarães.
Em reunião com dirigentes de PE, @senadorhumberto , @MariliaArraes reafirmamos, junto com @LulaOficial, @guimaraes13PT, @Haddad_Fernando importância candidatura de Marília em Recife. Abrimos diálogo com a direção municipal para definir posição final do partido até início de abril pic.twitter.com/U5PHMNjE4M
— Gleisi Hoffmann (@gleisi) January 28, 2020
A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffman, também defendeu, em sua conta no Twitter, a importância da candidatura de Marília. Ela deve se encontrar em breve com a direção nacional do PSB, partido que lidera a Frente Popular em Pernambuco. O governador de Pernambuco, Paulo Câmara é vice-presidente nacional do PSB.
As duas siglas voltaram a se aliar no Estado nas eleições de 2018, quando o governador Paulo Câmara (PSB) foi reeleito governador e Humberto senador, ao lado de Jarbas Vasconcelos (MDB), todos na mesma chapa majoritária.
Ficou estabelecido que, a partir da próxima reunião da Executiva Nacional do PT, em 7 de fevereiro, será divulgado um calendário com os prazos para as deliberações da sigla. "Não tem a deliberação final, mas vamos lutar muito daqui para a frente, a direção Nacional vai acompanhar o processo de Recife", disse José Guimarães.
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Diretório local
“Realmente o entendimento foi esse de que a gente vai continuar conversando para encontrar o caminho para fazer com que o partido decida sua estratégia, se será candidatura própria ou se a gente vai buscar essa aliança”, diz Doriel Barros.
Segundo Cirilo Mota, a reunião desta terça (28) respeitou o posicionamento do diretório municipal do Recife – oficializado no último dia 15 de janeiro – de defesa da manutenção da aliança da sigla com o PSB. “Nós vamos ter um peso na decisão nacional sobre Recife, porque se não fosse considerado, hoje Marilia já teria saído candidata, então o ritual que foi combinado e a gente vai cumprir é esse do calendário que vai ser aprovado”.
Reunião
O resultado da reunião deixa mais evidente as posições divergentes entre as direções nacional e estadual do PT quando se fala nas eleições municipais do Recife. Enquanto Lula vem reafirmando a necessidade de candidaturas próprias do PT no País, e citando especificamente a capital pernambucana e Marília Arraes, o diretório municipal defende, assim como resolução lançada na semana passada, um cenário que contemple a manutenção da aliança com o PSB.
Um dia depois de Lula afirmar ao UOL, no último domingo (26), que o PT não poderia abrir mão da candidatura de Marília, Humberto ressaltou em entrevista na Rádio Jornal que o o partido no Recife "já contrariou (Lula) várias vezes".
Ele citou ocasiões em que a orientação do ex-presidente não foi seguida, como nas eleições de 1990, por exemplo, quando Paulo Rubem foi lançado candidato pelo partido, apesar de Lula querer o apoio ao então candidato Jarbas Vasconcelos (MDB).
"Em 2008, quando João da Costa foi candidato, o desejo de Lula era que tivesse sido eu. Teve vários outros momentos que isso aconteceu. É normal e natural em um partido em que nós temos uma forma de estruturação democrática", afirmou.