O senador Jarbas Vasconcelos (MDB) disse ser preciso repudiar "com veemência" qualquer ato ou manifestação que atente contra os pilares democráticos do País. O pernambucano se referia à informação de que o presidente da República, Jair Bolsonaro, repassou um vídeo convocando manifestações para o dia 15 de março contra o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal (STF).
"Infelizmente não me causa nenhuma surpresa ver o atual Presidente da República incentivar manifestações contra o Congresso Nacional e as instituições brasileiras, além de exaltar os tempos sombrios da ditadura. Lutamos muito para resgatar e defender nossa democracia por isso devemos repudiar com veemência qualquer ato ou manifestação que atente contra os pilares democráticos do nosso País", afirmou Jarbas por meio de nota à imprensa.
Bolsonaro teria enviado vídeos em grupos de WhatsApp que conclamam a população a ir às ruas no dia 15 de março protestar contra o STF e o Congresso. O ex-deputado federal Alberto Fraga (DEM-DF) confirmou, ao jornal Folha de S. Paulo, ter recebido o vídeo do próprio presidente.
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No vídeo, que tem duração de 1 minuto e meio, não há menção ao Congresso ou ao STF, mas são exibidas imagens de protestos realizados na época do impeachment de Dilma Roussef (PT), da posse de Bolsonaro e do momento em que ele levou uma facada durante sua campanha presidencial. A manifestação foi convocada por apoiadores do presidente após uma declaração do ministro Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) sobre uma "chantagem" que o Executivo estaria sofrendo por parte do Congresso.
Decano do STF, o ministro Celso de Mello enviou mensagem por escrito à Folha de S. Paulo sobre a convocação do presidente. Ele citou crime de responsabilidade e afirmou que, 'se confirmada', convocação de presidente contra o parlamento e Supremo demonstra 'visão indigna'.
O presidente da República utilizou do Twitter, na manhã desta quarta-feira (26), para se manifestar sobre o assunto. Na publicação, Bolsonaro alegou que as mensagens trocadas em seu WhatsApp são "de cunho pessoal" e que qualquer dedução "fora desse contexto são tentativas de tumultuar a República".