Naturais do Recife

A maior parte das opções se concentra no Centro
Bruno Albertim
Publicado em 24/08/2012 às 12:30
A maior parte das opções se concentra no Centro Foto: Igo Bione/JC Imagem


No resto da cidade, há uma série de estabelecimentos em que a comida vegetariana é servida no sistema de bufê – no peso, ou não. Neles, o comensal tem uma variedade grande de artigos ao redor de alguns itens indefectíveis, com o arroz e o macarrão integrais a e a soja cozida.

Há mais de dez anos em funcionamento, o Govinda é quase sempre lembrado como o “Hare da Católica”. Porque fica na continuação da Rua do Lazer, a mesma da universidade. Em sua casa, funciona, de fato, um templo Hare Krishna. Sempre, como regra, há arroz integral no bufê de preço fixo.
Mas as opções mudam diariamente. Às terças e quartas, o cardápio ganha sotaque indiano, com bolinhos de ervilha ou de couve-flor com iogurte e açafrão. Às sextas, a cozinha é de inspiração baiana. Com moqueca de berinjela (feita com dendê) e um “vatapá” em que entram castanha, amendoim e gengibre em lugar de camarão-seco. A base é trigo.

Às quintas e sábados, há feijoadas vegetarianas. Em vez de pertences de porco, provolone, tofu e coco. Às tardes, há sanduíches de pão integral com hambúrguer de soja e molhos variáveis à base dos temperos da casa: açafrão, curcuma, assafétida, feno-grego e semente de mostarda. Também há produção de pães integrais macios.
De todas as opções da cidade, a que podemos chamar de “o Spettus” dos vegetarianos é a que fica na Rua Conde d’Eu, perto do prédio da Celpe, na Boa Vista. É um grande bufê no quilo, apenas almoço, em que há, além de folhas e verduras orgânicas (os tomates são servidos sem casca, para amenizar os agrotóxicos), com uma variedade interessante de molhos, opções caprichadas de pratos quentes.

A quantidade de suflês lacto-vegetarianos nos dá aquela sensação de estar almoçando num domingo na casa de uma tia caprichosa de forno e fogão. Pizzas de tofu e empadas de ricota com cenoura são bem disputadas. Além disso, pratos básicos como feijões, soja guisada, massas, arroz integral, jerimum temperado e até queijo de coalho frito. Como já se tornou bem conhecido nas redondezas, às vezes enche demais e mesmo com salões grandes de uma casa ampla, obriga à espera com prato na mão. Também funciona como empório de integrais e naturais.
Na Capitão Rebelinho, no Pina, o Empório Vegetal é um dos raros do segmento na Zona Sul. Funciona também no quilo e como pequeno empório, tem saladas integrais e receitinhas mais criativas. Mas a reposição de itens do bufê (pelo menos quando o visitamos, duas vezes) é lenta e deixa muita gente de prato na mão à espera.

De frequência grande e variada, o Vida Longa, na Sete de Setembro, Centro, é um dos expoentes de uma tendência de restaurantes populares normalmente mantidos por evangélicos em que carne não entra. Numa casinha antiga, o bufê ao quilo é disposto em típicos rechauds de self-service. O que não falta: arroz e macarrão integral, feijão, soja guisada. O que lhe faz a diferença: a maionese de soja para dispor sobre os legumes e saladas e as pizzas e empadas. Mas às vezes enche demais e, além de ter que sentar, sem qualquer cerimônia, na mesa alheia com cadeira disponível, temos também que trocar algumas cotoveladas ao redor do bufê.

Outro lugar que compartilha da mesma estética “suco grátis” é a Casa do Naturista, no bairro de Santo Antônio. Mas qualquer falta de conforto maior (como ter direito a uma mesa exclusiva para você e suas companhias) é compensada pelas pizzas integrais com pasta de soja e as empadinhas de ricota e cenoura que desafiam os limites da delicadeza. Não espere louças e couverts como se num salão gerenciado por maître. Vale tudo, enfim, pelo integral.

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