Carreiras e Mercado de Trabalho

Carreiras e Mercado de Trabalho

Por Felippe Pessoa
Carreiras e Mercado de Trabalho

Aceitar ganhar menos para voltar ao mercado de trabalho é interessante para minha carreira?

Pesquisa realizada por consultoria de RH reflete a realidade de um mercado duro, onde faltam empregos e sobram bons profissionais

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Felippe Pessoa

Publicado em 23/08/2021 às 7:12 | Atualizado em 23/08/2021 às 7:16
As empresas, que também enfrentam dificuldades para sobreviver, buscam profissionais que tenham flexibilidade na hora de negociar a remuneração - PIXABAY

Já não é segredo para ninguém que a pandemia fez o número de demissões explodir. Era inevitável; com a economia parando, o desemprego subiu e chegou a níveis recordes. Hoje, são 14 milhões de desempregados no país. E, com isso, as empresas, que também enfrentam dificuldades para sobreviver, buscam profissionais que tenham flexibilidade na hora de negociar a remuneração. E os profissionais têm preferido se recolocar a manter o patamar salarial.

Segundo uma pesquisa realizada com 935 profissionais desempregados pela consultoria de RH Luandre, 90% aceitariam uma oportunidade com salário inferior ao que pretendiam. E 85% deles disseram aceitar um cargo inferior ao que tinham, para voltar ao mercado de trabalho. Já entre aqueles que não aceitariam a redução do cargo, 68% aceitariam flexibilizar a remuneração. A pesquisa reflete a realidade de um mercado duro, onde faltam empregos e sobram bons profissionais. Naturalmente, essa é uma boa oportunidade para que as empresas atraiam talentos por um custo menor. Mas essa manobra tem um preço. Se a mudança for muito abrupta, com uma grande redução salarial, o profissional continuará buscando novas oportunidades e tende a deixar a empresa no curto prazo. Por isso, os empregadores devem ficar sempre atentos e não exagerar nas reduções salariais. O negócio tem que ser bom para ambos.

Numa contratação que envolve redução salarial, o que está em jogo é a perspectiva, o horizonte de oportunidades que o profissional terá pela frente. É muito comum ver profissionais aceitarem propostas mais baixas com a expectativa de crescimento. Sendo assim, alguns fatores devem ser avaliados não só pelo profissional, mas pela empresa também:

Mas, o que vemos na prática é a necessidade falando mais alto. Grande parte dos brasileiros não tem reservas financeiras e aceitar a primeira oportunidade que aparece é a única opção. Para as empresas, a dinâmica não é muito diferente; quando o mercado entra em crise, a tendência é reduzir custos. E uma das primeiras alternativas é diminuir a folha de pagamento. Sacrificar a qualidade de vida por conta de um salário menor não é fácil, mas é o jeito. Renunciar ao passeio de final de semana, aos restaurantes e as viagens não é agradável para ninguém, mas é passageiro. Profissionais que se dedicam, estudam e se mostram comprometido conseguem driblar a crise com mais facilidade de rapidez.

Em momentos como esses, a palavra-chave deve ser flexibilidade. Se adaptar a realidade do mercado é a saída para se manter ativo. Uma coisa é certa: é melhor um passarinho na mão do que dois voando; mesmo com uma remuneração aquém da sua capacidade, é melhor estar na ativa do que desempregado. Em casa, novos oportunidades não surgiram. Trabalhando, você está na vitrine e boas novas podem surgir. E saiba: aos olhos dos recrutadores, quem está trabalhando sai na frente!

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