Eleições podem ser afetadas com o coronavírus

Convenções podem ser comprometidas e ainda não se sabe como vai ficar a campanha eleitoral. Por enquanto, não se fala em adiar o pleito
Igor Maciel
Publicado em 16/03/2020 às 16:48
TSE Os dados completos do eleitorado foram divulgados ontem Foto: DIVULGAÇÃO


Nas discussões sobre usar o dinheiro do fundão eleitoral ou não para ajudar no controle da Covid-19 no Brasil é preciso que se pergunte, também, se as eleições correrão o rumo normal ou não em 2020.

É muito cedo, ainda, para se falar em adiar o pleito ou coisa do tipo. Mas é impossível não ter o rumo natural da disputa alterado, inclusive da campanha eleitoral, nos 45 dias em que ela acontece. Basta fazer as contas. A previsão dos órgãos de saúde é que o pico dos casos no Brasil aconteça em maio, podendo se estender para junho.

Depois, ainda haverá mais alguns meses com a regressão do número de ocorrências. As convenções, por exemplo, estão marcadas para julho. Será possível já promover aglomerações sem colocar em risco a vida dos militantes, em julho?

É difícil imaginar que o restante da campanha também não será impactado. Candidatos continuarão fazendo comícios, caminhadas, abraçando eleitores, tranquilamente?

Na Itália já há casos de pessoas que pegaram o vírus pela segunda vez, depois de terem sido curadas. Uma vacina já está sendo testada nos EUA, mas sua produção deve demorar mais um ano.

Ninguém discute que o fundo eleitoral é muito menos importante do que usar esse dinheiro, mais de R$ 2 bilhões, para promover a saúde das pessoas.

Mas, até que ponto ele será mais ou menos necessário, já que a campanha terá que ser, provavelmente, adaptada? Como será essa adaptação?

O TSE precisa estudar as possibilidades e apresentar aos partidos.

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