Túlio Gadêlha esperneou e descobriu o efeito do "peteleco". Deixou de ser presidente do PDT

O PDT no Recife é uma comissão provisória. Significa que o partido, no âmbito local, só tem a independência que a Executiva Nacional permitir que ele tenha. O presidente do PDT Nacional até tentou ter paciência. Mas, precisou agir
Igor Maciel
Publicado em 14/09/2020 às 18:41
Carlos Lupi e Túlio Gadêlha em outros tempos Foto: DIVULGAÇÃO


O esperneio é o ato de insubordinação decorrente da ilusão de um poder que não existe. Funciona assim: a criança quer um doce e acha que tem que ter o doce, porque quer o doce. Quando verbaliza isso aos pais e recebe um "não", esperneia como forma de tentar recuperar desesperadamente o poder que acreditava ter e, por não tê-lo, não sabe como exercer.

O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi dando a Túlio Gadêlha (PDT) a ilusão de um poder que ele nunca teve, como parte do jogo.

O PDT municipal é uma comissão provisória.

Qualquer decisão sobre eleições em municípios com mais de 200 mil eleitores depende de aceite da nacional.

Túlio não tinha nem mesmo a garantia de que conseguiria registrar as candidaturas dos membros do partido que filiou.

Lupi nunca escondeu que a aliança com o PSB era mais importante.

Mas, Túlio achou que tinha poder suficiente para debater-se contra tudo, ao ponto de marcar mais uma coletiva de imprensa, a quarta nesse processo, e dessa vez anunciar que ia se rebelar contra a executiva nacional e lançar a própria candidatura a prefeito.

O processo de dissolução de uma comissão provisória no Brasil tem a agilidade de um peteleco. Rápido e certeiro.

Em um peteleco de Carlos Lupi, Túlio deixou de ser presidente municipal do PDT. Quem responde pelo partido no Recife agora? Wolney Queiroz (PDT), que também é presidente estadual.

Um esperneio, um peteleco. E resolveu-se a situação.

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