O esperneio é o ato de insubordinação decorrente da ilusão de um poder que não existe. Funciona assim: a criança quer um doce e acha que tem que ter o doce, porque quer o doce. Quando verbaliza isso aos pais e recebe um "não", esperneia como forma de tentar recuperar desesperadamente o poder que acreditava ter e, por não tê-lo, não sabe como exercer.
O presidente nacional do PDT, Carlos Lupi, foi dando a Túlio Gadêlha (PDT) a ilusão de um poder que ele nunca teve, como parte do jogo.
O PDT municipal é uma comissão provisória.
Qualquer decisão sobre eleições em municípios com mais de 200 mil eleitores depende de aceite da nacional.
Túlio não tinha nem mesmo a garantia de que conseguiria registrar as candidaturas dos membros do partido que filiou.
Lupi nunca escondeu que a aliança com o PSB era mais importante.
Mas, Túlio achou que tinha poder suficiente para debater-se contra tudo, ao ponto de marcar mais uma coletiva de imprensa, a quarta nesse processo, e dessa vez anunciar que ia se rebelar contra a executiva nacional e lançar a própria candidatura a prefeito.
O processo de dissolução de uma comissão provisória no Brasil tem a agilidade de um peteleco. Rápido e certeiro.
Em um peteleco de Carlos Lupi, Túlio deixou de ser presidente municipal do PDT. Quem responde pelo partido no Recife agora? Wolney Queiroz (PDT), que também é presidente estadual.
Um esperneio, um peteleco. E resolveu-se a situação.