O incrível caso das obras prometidas para dois anos que terminam sete anos depois nas vésperas da eleição

Quanto em dinheiro do contribuinte acaba se perdendo nesse processo em que promessa e inauguração se encaixam com o calendário eleitoral?
Igor Maciel
Publicado em 25/09/2020 às 10:50
Após vários anos de reforma, o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães, o Geraldão, foi reinaugurado pela Prefeitura de Recife na manhã dessa quinta-feira (24). Foto: FILIPE JORDÃO/JC IMAGEM


Depois de iniciar, esta semana, a licitação para a obra de uma ponte que havia anunciado há sete anos, ontem o prefeito Geraldo Julio (PSB) reinaugurou o Geraldão, cujas obras de reforma começaram em 2013 em seu primeiro ano de gestão.

A reforma do Geraldão deveria ter terminado em 2015. Aí, vieram as eleições de 2016, as promessas se renovaram, houve a reeleição e fica a impressão forte de que se fosse possível ao prefeito tentar uma nova reeleição, só veríamos as inaugurações daqui a mais quatro anos.

No caso do Geraldão, o espaço, importante, ficou fechado por mais de sete anos.

A outra obra de 2013, citada acima, trata-se da ponte Monteiro/Iputinga, os serviços foram anunciados em 2013 pelo prefeito Geraldo Julio em seu primeiro ano de mandato. Já o edital de licitação publicado esta semana, deve receber propostas até o dia 28/10 para depois iniciar as obras. O que não deve mais acontecer neste ano.

Quando for perguntado sobre promessas de 2016, algumas já recauchutadas de 2012, o gestor vai dizer que "o que não terminou, deixou encaminhado".

E seguirá acreditando e buscando fazer acreditar que é natural planejar para dois anos e entregar sete anos depois.

Porque "planejamento no Brasil é algo que não dá voto", como se diz entre políticos. O que dá voto é promessa e inauguração.

Quanto em dinheiro do contribuinte acaba se perdendo nesse processo em que promessa e inauguração se encaixam com o calendário eleitoral?

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