Briga de primos. Marília Arraes, João Campos e a disputa familiar pelo Recife

Ambos procuram evitar que a disputa se torne uma briga de primos, para não serem acusados de usar a eleição do Recife como extensão dos atritos familiares. Mas o acirramento da campanha começa a empurrá-los pra isso
Igor Maciel
Publicado em 12/10/2020 às 10:39
Deputados federais, candidatos à prefeitura... e primos Foto: Fotos: Arquivo/JC Imagem


Quando era apenas a pré-campanha em curso, na eleição do Recife, havia uma forte expectativa sobre o componente de rivalidade familiar que existe entre os candidatos Marília Arraes (PT) e João Campos (PSB).

Os dois são primos em segundo grau, mas as relações familiares são quase inexistentes há muitos anos.

A situação ficou ainda pior depois que Marília brigou com Eduardo Campos, pai de João, anos atrás.

Nos primeiros dias, desde que a campanha começou oficialmente no fim de setembro, praticamente não houve qualquer menção de um ao outro diretamente. Mas, com duas pesquisas, Ibope e Datafolha, mostrando um distanciamento de Campos na dianteira e uma queda da petista, chegando a estar empatada na margem de erro com a quarta colocada em um dos levantamentos, Marília começou a apontar as armas para o primo com mais vigor.

No guia eleitoral, criticou indiretamente, através das gestões do PSB, depois resolveu deixar mais claro. Em entrevista, chegou a ironizar a formação do socialista, dizendo que ele "se coloca como engenheiro, apesar de nunca ter trabalhado em empresa de engenharia", isso para, em seguida, criticar um projeto dele dizendo que "engenheiro tem que saber fazer conta".

A candidata entendeu que precisa disputar os votos da esquerda com o PSB e essas críticas devem crescer nos próximos dias.

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