Tanto Humberto Costa (PT) quanto Fernando Bezerra Coelho (MDB) criticam o que chamam de politização da pandemia.
Mas, é bom lembrar que a covid não chegou ao Brasil agora, muito menos as pessoas começaram a morrer depois de a CPI da Pandemia ser instalada.
Estamos morrendo há mais de um ano.
E, desde o início, o que se viu foi politização da saúde.
Ser contra ou a favor de certos medicamentos indica se você é apoiador do presidente ou não. Quer exemplo maior que esse?
A ciência passou ao largo, como se fosse artifício de mera especulação.
Quando praticamente todos os grupos partidários ignoraram completamente a covid-19, isso também é politizar a pandemia, como aconteceu nas eleições.
Em Pernambuco, precisou a Justiça Eleitoral proibir eventos de rua. Candidato nenhum respeitava os protocolos sanitários.
Preocupar-se com as mortes apenas quando convém, também é politizar a pandemia.
Quando gestores, no âmbito estadual, desaparecem caso se precise anunciar alguma medida impopular, isso é politizar a pandemia.
Quando outros políticos exercem influência para tentar ganhar votos liberando alguma atividade em meio à quarentena, isso é politizar a pandemia.
E tudo isso aconteceu ou está acontecendo no Brasil e em Pernambuco.
A pandemia virou assunto político há 13 meses. Então, não se trata de politizar o que não pode ser politizado.
A essa altura, trata-se de ser o mais humano e sensível que se pode ser, para tratar de um assunto político, respeitando a ciência, para que menos pessoas sofram e um número menor de famílias seja atingida, quer seja pelo vírus ou pela crise econômica.
Não se trata de fazer uma bobagem agora, priorizando política em algo que deveria ter tido a ciência e a medicina como prioridade.
A besteira já está feita. Agora, é administrar os danos da melhor forma possível.
E responsabilizar quem agiu errado.