Destaques e análises políticas do Brasil e Pernambuco, com Igor Maciel

Cena Política

Por Igor Maciel
Cena Política

O erro de politizar a pandemia foi cometido há 13 meses. Reclamar disso só agora é ignorar 373 mil mortos

Não se trata de fazer uma bobagem agora, priorizando política em algo que deveria ter tido a ciência e a medicina como prioridade. A besteira já está feita. Agora, é administrar os danos da melhor forma possível.

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Igor Maciel

Publicado em 19/04/2021 às 15:54 | Atualizado em 19/04/2021 às 15:58
ALERTA Após mais de dois meses de quedas consistentes nos indicadores, o Brasil viu uma alta nos registros - ALICE VERGUEIRO/ESTADÃO CONTEÚDO

Tanto Humberto Costa (PT) quanto Fernando Bezerra Coelho (MDB) criticam o que chamam de politização da pandemia.

Mas, é bom lembrar que a covid não chegou ao Brasil agora, muito menos as pessoas começaram a morrer depois de a CPI da Pandemia ser instalada.

Estamos morrendo há mais de um ano.

E, desde o início, o que se viu foi politização da saúde.

Ser contra ou a favor de certos medicamentos indica se você é apoiador do presidente ou não. Quer exemplo maior que esse?

A ciência passou ao largo, como se fosse artifício de mera especulação.

Quando praticamente todos os grupos partidários ignoraram completamente a covid-19, isso também é politizar a pandemia, como aconteceu nas eleições.

Em Pernambuco, precisou a Justiça Eleitoral proibir eventos de rua. Candidato nenhum respeitava os protocolos sanitários.

Preocupar-se com as mortes apenas quando convém, também é politizar a pandemia.

Quando gestores, no âmbito estadual, desaparecem caso se precise anunciar alguma medida impopular, isso é politizar a pandemia.

Quando outros políticos exercem influência para tentar ganhar votos liberando alguma atividade em meio à quarentena, isso é politizar a pandemia.

E tudo isso aconteceu ou está acontecendo no Brasil e em Pernambuco.

A pandemia virou assunto político há 13 meses. Então, não se trata de politizar o que não pode ser politizado.

A essa altura, trata-se de ser o mais humano e sensível que se pode ser, para tratar de um assunto político, respeitando a ciência, para que menos pessoas sofram e um número menor de famílias seja atingida, quer seja pelo vírus ou pela crise econômica.

Não se trata de fazer uma bobagem agora, priorizando política em algo que deveria ter tido a ciência e a medicina como prioridade.

A besteira já está feita. Agora, é administrar os danos da melhor forma possível.

E responsabilizar quem agiu errado.

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