O PSB tentou mudar o tom da negociação com o PT, nas últimas semanas, pra não parecer desesperado.
Socialistas, como o prefeito do Recife, João Campos, começaram a falar em não se aliar aos petistas e seguir planejando a vida com o PDT de Ciro Gomes.
Nem o PDT acredita mais nisso.
A verdade é que a maior ameaça, hoje, à hegemonia do PSB em Pernambuco não é, por enquanto, uma candidatura de oposicionistas como Miguel Coelho (MDB) ou Raquel Lyra (PSDB), mas a possibilidade de o PT lançar candidato próprio.
É importante lembrar que o ex-presidente Lula (PT) tem um histórico de apoio popular no estado e Marília Arraes (PT) no partido. O ex-prefeito do Recife João Paulo, que vai deixar o PCdoB e voltar ao ninho, é outro ativo petista que precisará ser considerado pelos socialistas.
A renovação do PSB, que começou com a eleição de João Campos no Recife, pode ficar muito prejudicada se o governo do Estado for para outras mãos. O equilíbrio de poder se transforma e Campos ficaria isolado na prefeitura.
A conversa de criar resistências dentro do PSB para a aliança com o PT é apenas para tentar aumentar o poder de negociação.
Nas palavras de um socialista: "Se eles acharem que a gente não tem escolha, a gente fica sem escolha".