Em Brasília, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a subir o tom contra outras instituições e ameaçar rupturas democráticas. Em resposta, tem sido chamado, nos bastidores, de "Tigre de Papel".
A expressão "Tigre de Papel" é chinesa, do século XIX, e é a forma como os chineses se referem aos EUA, desde os anos 1970. Significa "alguém que tenta demonstrar muita força exterior, mas por dentro é de papel e não aguenta vento ou chuva.
Reconhece-se um tigre de papel quando ele faz barulho demais, sem nunca tomar atitude de verdade. Na China, a ideia está ligada à força interior e capacidade de resistir às dificuldades com resiliência, sabendo que, quanto mais ameaçamos sem agir, mais frágeis vamos nos tornando.
Bolsonaro já ameaçou usar o Exército, já insinuou que podia usar as polícias nos estados, já ameaçou o STF e o Congresso, mas nunca fez nada. Nunca nem tentou, de forma efetiva e consistente.
Um tigre na aparência e pura celulose no conteúdo.
A questão, e nem todo mundo enxerga isso, é que para o público cativo de sua idiossincrasia, o das redes sociais, que vivem dos arroubos verborrágicos, ser de papel pouco importa, porque ser tigre de papel é uma regra dos valentões de redes sociais. Muito barulho e nada de ação.
O que parece erro político, na verdade, é apenas atitude representativa. E é assim que ele vai mantendo 1/3 em pesquisas. Enquanto 2/3 tentam entender o motivo.