É difícil ter parlamentares dispostos a discutir o alegado "orçamento paralelo" que foi denunciado esta semana pelo viés da distribuição de emendas.
Porque os principais beneficiados pelas emendas são os parlamentares. Elas são utilizadas como moeda de troca na formação da coalizão que sustenta o governo.
É o "toma-lá-dá-cá".
É duvidoso que seja ético, porque a liberação de verbas costuma mudar a opinião e os votos dos sujeitos que deveriam ser representantes do povo e não do governo.
Infelizmente, por enquanto, é política. Existem execuções mais probas e éticas em outros países democráticos. O Brasil não é bom exemplo. Mas, o sistema é o mesmo.
É por isso que, ao falar sobre o tema, os parlamentares tentam focar no suposto sobrepreço dos tratores envolvidos em parte das ações e buscam deixar de lado os valores em si.
Emenda é algo que todo mundo recebe no parlamento, para distribuir em suas bases e tentar ganhar apoio de prefeitos. É difícil apontar o dedo.
E, por isso, o escândalo, por mais escandaloso que seja, fica sufocado.