A insistência de Bolsonaro em ter o comando total do partido para onde for ingressar é o que mais tem atrapalhado uma resolução.
O presidente quer uma sigla que possa assumir o comando pessoalmente ou colocar alguém de confiança, quer o controle total do partido por um tempo determinado até a reeleição intencionada.
Ou seja, Bolsonaro quer um PSL, mas não qualquer PSL, quer o PSL de 2018.
E isso não existe mais.
A recusa do PRTB, esta semana (sim, o PRTB recusou o presidente), é um símbolo disso.
Bolsonaro também não é o mesmo de 2018. Na época, era um azarão, sem chances de ser eleito, encontrou um partido que só tinha um deputado e que apostou ser melhor estar com o azarão do que arriscar a sorte isolado e desaparecer.
Agora, Bolsonaro é o presidente da República, que aparece nas pesquisas em primeiro e em segundo, dependendo do instituto.
O Bolsonaro de 2021 tem muito mais a oferecer do que o de 2018. Natural que o "preço" dos partidos tenha subido muito.
O presidente precisa querer pagar.
Ou vai ficar muito atrás nas articulações para a eleição. Na prática, isso impacta na formação de uma chapa, porque estamos quase no meio de 2021 e mesmo quem pretende apoiar Bolsonaro não tem ideia do caminho que vai seguir.