A mais recente pesquisa PoderData praticamente não se alterou, além da margem de erro, para Lula (PT) e Bolsonaro (sem partido).
Em maio, ambos estavam com 32%.
Agora, o atual presidente oscilou para 33% e o petista foi a 31%.
Como a margem de erro é de 2 p.p. para baixo e para cima, empate.
O que chamou atenção foi o crescimento de Ciro Gomes (PDT).
E isso acontece bem no momento em que o publicitário João Santana entrou na equipe para reconstruir a imagem do ex-governador do Ceará e tentar colocá-lo no 2º turno.
Na pesquisa anterior, em maio, Ciro tinha 6%. Era a mesma média que o presidenciável mantinha desde o início do ano, mesmo com toda a exposição nas redes sociais e na mídia tradicional.
Agora, em menos de um mês, chegou a 10%.
O reposicionamento de Ciro foi estratégico.
Ele tem feito balões de ensaio, testes, em que passa alguns dias da semana repercutindo críticas a Lula.
Depois, cria um outro fato para repercutir críticas a Bolsonaro.
Ao invés de dizer que é uma alternativa, tem tentado mostrar isso para cada público, sendo incisivo.
Esta semana, gravou um vídeo chamando Bolsonaro de "traidor", a produção foi vista mais de um milhão de vezes nas redes sociais e ficou nos trends do Twitter por várias horas.
Antes, havia gravado uma declaração em que fazia conexões envolvendo Lula e a corrupção no Brasil.
Num dia fala para o antipetismo. No outro dia fala para o antibolsonarismo.
Matemática: Se 30% apoiam um e 30% apoiam o outro, sobram 40% dos eleitores buscando uma alternativa.
Falando contra um e contra o outro, ao mesmo tempo, e tendo uma postura menos radical, ainda dá pra pegar eleitores que hoje apoiam um dos dois, mas gostariam de ter outra opção.
Não é tarefa simples, mas já foi impossível.