Túlio Gadêlha e Tabata Amaral, dois deputados que estarão fora do PDT na próxima eleição, não podem ser comparados, apesar de ambos terem tido atritos com a direção partidária.
A deputada paulista brigou com o partido, mas quando ingressou na sigla foi levada pelo movimento RenovaBR, do qual faz parte. Um acordo de independência foi feito e o PDT aceitou.
No caso de Tabata, foi o PDT que não respeitou o acordo e criou confusão quando a deputada votou contra orientação do partido, na reforma da Previdência. Ela, que entrou em 2018, já se desfiliou.
Com o pernambucano Túlio Gadêlha é diferente. O motivo: ele sabia onde estava pisando.
Gadêlha deveria estar acostumado com o modo de se fazer política dentro do partido, já que está no PDT desde os 20 anos de idade e participou da chamada Juventude Socialista (JS-PDT).
Túlio passou um terço da vida no PDT. Quando desrespeitou a orientação partidária de negociar com o PSB e forçou o próprio nome para ser candidato a prefeito em 2020, sabia que havia consequências.
Quando aceitou ser presidente municipal do PDT no Recife, sabia que se tratava de uma comissão provisória, onde quem manda mesmo é o presidente nacional.
O PDT por aqui é uma comissão provisória, segundo o próprio Túlio, há 27 anos.
Foi nesse sistema que ele foi eleito deputado, foi nesse sistema que ele assumiu a presidência do partido, mas a reclamação veio somente quando se sentiu prejudicado.
Hoje com 33 anos, o sistema já era assim quando o deputado estava sendo alfabetizado. Chateado, é normal.
Mas, não dá pra se mostrar surpreso e indignado agora.