No Brasil, esta foi a semana dos adjetivos.
O Datafolha divulgou uma pesquisa sobre Bolsonaro com perguntas que abordaram até aspectos cognitivos do presidente.
O resultado, para ter uma ideia, rendeu manchetes do tipo: "Maioria considera Bolsonaro despreparado, desonesto, indeciso, incompetente, falso, pouco inteligente e autoritário".
E cada um dos adjetivos foi usado, em conjunto ou separado, para divulgar a pesquisa.
Bolsonaro, acuado por acusações na CPI da Covid, tentou desviar o assunto, como sempre, subindo o tom contra o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do TSE.
O objetivo era chocar para mudar o noticiário. O presidente usou mais dois adjetivos contra Barroso: "imbecil" e "idiota".
Na gramática, adjetivos servem para modificar o substantivo, dando qualidade, extensão ou quantidade. São imprescindíveis para dar alguma alma a qualquer frase.
A questão dos adjetivos é que eles são como antibióticos, se você usar demais perdem o valor, perdem o efeito. E aí você precisa buscar um que seja mais forte para atingir seu objetivo.
É assim que os xingamentos começam. O xingamento como adjetivo é o antibiótico mais forte quando se quer desviar a atenção e os mais leves já perderam efeito.
Mas, quando se chega a isso, assume-se toda a consequência de seu uso. No caso de Bolsonaro, uma crise institucional.
Quando se chega ao xingamento, é porque a situação está muito feia.
Agora, não é duvidando da boca suja de ninguém, mas uma hora vai faltar adjetivo.
E, quando isso acontece, é o fim.
Literalmente.