O Consórcio Nordeste, ajuntamento de governadores que já fez muito barulho com pouco resultado, custa dinheiro. Há uma estrutura que é montada e mantida pelos estados. Não é gratuito. Nessa pandemia, as dificuldades do grupo para fazer compras e os problemas operacionais e políticos que essas tentativas de aquisição trouxeram, mostram que não é algo que valha a pena.
Vai além. Bolsonaro é um incompetente em forma e conteúdo, mas seus ataques ao Consórcio precisam ser isolados de sua intenção eleitoral para que se observe: o consórcio, promovido com a intenção de viabilizar compras e conseguir preços menores com fornecedores numa negociação, falhou em seu maior teste que foi a pandemia. E falhou miseravelmente.
Nos dois momentos mais importantes de compras, quando a necessidade eram respiradores ou vacinas, deu tudo errado.
Entre junho e julho, o governo de Pernambuco chegou a anunciar que não compraria mais através do grupo durante a pandemia. Na época, seguiu recomendação do TCE, depois de comprar respiradores e os equipamentos não serem entregues.
Bolsonaro está certo quando diz que os governadores foram blindados na CPI.
Eles não poderiam ser investigados, desde o inicio, mas o consórcio merece, sim, uma investigação, através dos órgãos de controle devidos.
Há muitas perguntas sem resposta quanto aos respiradores. E há uma estranheza na insistência do grupo para comprar as vacinas russas das quais todo mundo desconfia.
E, ajuntamento que não deve, não teme.