Quando questionado por integrantes do MDB sobre a aproximação com Bolsonaro, Miguel Coelho (MDB) tem lembrado a todos uma verdade incontestável: "no palanque do PSB tem mais bolsonarista do que no grupo dele".
A posse do novo ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP-PI) é um exemplo bem significativo. Uma comitiva do PP de Pernambuco foi até Brasília para saudá-lo.
O PP, em Pernambuco, é aliado importante do PSB. E não é um aliado com perfil distante dos membros do partido em Brasília. Não dá nem para dizer que aqui é diferente.
O apetite por espaço e cargos é similar, ao ponto de ter se transformado em piada na Frente Popular. Sempre que alguém faz planos para uma eleição, costuma brincar que "vai depender do barulho que o PP fizer pra poder aceitar".
Em 2020, antes de apoiar João Campos (PSB), o partido esperou garantias de que assumiria ao menos uma secretaria "extra" na gestão estadual, de Paulo Câmara (PSB). Isso, só como exemplo.
O PSD é outro. Em Pernambuco, é aliado do PSB, mas em Brasília dava apoio a Bolsonaro no Congresso até o primeiro semestre.
Afastou-se porque pretende ter candidato próprio e trabalha para isso, mas dava suporte ao bolsonarismo.
É verdade que esse fato não faz de Miguel Coelho, cujo pai é líder do governo Bolsonaro, alguém alheio ao presidente da República. Será difícil descolar-se da imagem de Bolsonaro que os adversários insistirão em lembrar.
Mas, mentindo ele não está.