Em 2014, então candidata à reeleição, Dilma Rousseff (PT) montou um "pacote de bondades passageiras" para conseguir a vitória. Reduziu artificialmente a conta de luz, o preço dos combustíveis, prometeu ampliação do Bolsa Família.
Ignorou a crise que assolava o mundo para conseguir sucesso na eleição. Deu certo e, como se sabe, depois deu tudo errado.
Bolsonaro (sem partido), que fica a cada dia mais parecido com os petistas, está preparando um novo pacote bondades passageiras, igual a Dilma.
Já anunciou ampliação do Bolsa Família, por exemplo. E Paulo Guedes, o "superministro liberal" que virou ventríloquo pra manter o emprego, prepara um pacote completo de benefícios para vários setores, sem ligar muito para o teto de gastos.
O problema é que o "Relatório Focus", do Banco Central, apontou nesta segunda-feira (2) a 17ª semana seguida de alta na projeção da inflação. O teto da meta do governo era de 5,25%, mas o mercado aponta para uma taxa de 6,79%.
O brasileiro já percebeu a pressão inflacionária no supermercado e no posto de gasolina. E, pra piorar, cada vez menos pessoas têm renda para reclamar disso, porque o desemprego está acima dos 14%.
Nesse ambiente, aumentar os gastos do governo e pressionar a inflação é algo preocupante.
Teremos voos de galinha, como tivemos com Dilma. Teremos artificialidade, como tivemos com Dilma.
E Bolsonaro se elegendo, ou não, teremos uma crise imensa para cuidar depois.